Por Fabricio Julião
O dólar fechou perto da estabilidade nesta terça-feira, em leve alta, após uma sessão marcada pela cautela. Com a agenda do dia sem muitos destaques, agentes financeiros digeriram os dados abaixo do esperado da economia norte-americana divulgados logo cedo, um dia após o PIB chinês frustrar as expectativas de mercado. Ao fim da sessão, o dólar à vista subiu 0,04%, a R$4,8091.
“Hoje tivemos um dia com uma agenda vazia e pouca liquidez. Com a divulgação dos dados de vendas no varejo nos Estados Unidos, que ficaram abaixo do esperado com um crescimento de apenas 0,2% em comparação com a expectativa de alta de 0,5%, o dólar ganhou força em relação a outras moedas emergentes, incluindo o real”, afirmou Bruno Nascimento, analista de câmbio da B&T.
Além das vendas no varejo, a produção industrial norte-americana ficou aquém das expectativas, contraindo 0,50% em junho, ante estimativa de estabilidade. Com sinais de menor pressão inflacionária, aumentam as apostas em um fim do ciclo de alta nos juros americanos após a reunião de julho do Federal Reserve (Fed).
Por outro lado, os indicadores mais fracos que o esperado alimentam dúvidas em relação ao crescimento da atividade econômica americana. Em meio aos temores relativos a um impulso mais tímido das principais economias do mundo, as taxas de contratos dos juros futuros fecharam em queda por aqui, devido à hipótese de afrouxamento monetário nos EUA pelo Fed.
Os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 caíram, respectivamente, 3,5 pontos-base e 5,0 pbs, a 12,76% e 10,74%. Já as taxas dos contratos para Jan/27 e Jan/31 recuaram 8,5 pbs e 4,0 pbs, nesta ordem, a 10,15% e 10,67%.
O mercado já precifica que a entidade monetária dos EUA irá aumentar os juros em 25 pbs na reunião de 26 de julho. No entanto, a grande dúvida gira em torno de uma segunda alta de mesma magnitude nos encontros restantes deste ano. Vale destacar que a curva dos DIs também seguiu o rendimento das Treasuries do Tesouro americano, que registravam queda.