Por Fabricio Julião
O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira (6), impulsionado por receios sobre o crescimento da economia global, que trazem maior cautela ao mercado. Já as taxas dos contratos de juros futuros encerraram sem direção única, com a ponta longa em linha com o avanço dos títulos do Tesouro americano, impactados pelo maior patamar do petróleo no ano. Ao fim da sessão, o dólar à vista fechou em alta de 0,24%, a R$4,9877.
Perto das 17h, o dólar americano ganhava terreno diante de 17 de 22 divisas acompanhadas pela Mover, em dia marcado pela aversão ao risco, o que tende a prejudicar moedas de países emergentes como Brasil e México. No mesmo horário, o índice DXY avançava 0,07%, aos 104.855 pontos.
“A percepção de que o Federal Reserve manterá a taxa de juros real elevada por um longo período favorece a moeda americana, ainda mais neste cenário de nítida desaceleração das economias da China e da Zona do Euro”, explicou o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Netto.
A hipótese de que o Fed irá manter os juros elevados por mais tempo foi corroborada com a alta do petróleo, que levantou novas preocupações acerca da resiliência da inflação nos EUA, conforme explicaram especialistas à Mover.
Também perto das 17h, o Brent futuro operava em alta de 0,77% em Chicago, a US$90,73 o barril – o maior patamar desde novembro de 2022. Os Treasuries yields de dez anos subiam 11,1 pontos-base, a 4,298%, enquanto o rendimento dos títulos de dois anos avançavam 13,9 pbs, a 5,022%.
“O petróleo está sendo o grande destaque dos últimos dias, pois com mais anúncios de restrição de oferta e reservas americanas em mínimas, voltou o receio de estagflação. Trata-se de uma má notícia para a trajetória de juros do Fed, que consequentemente impacta os DIs longos por aqui”, afirmou o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.
Por aqui, os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 fecharam em queda de 0,5 ponto-base e 1,0 pbs, respectivamente, a 12,37% e 10,60%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 avançaram 3,5 pbs e 5,0 pbs, na mesma ordem, a 10,50% e 11,29%.