Dólar cai pelo terceiro dia consecutivo e DIs avançam após inflação ao produtor mais fraca nos EUA

Veja o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta quinta (13)

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Por Luca Boni

O dólar recuou pelo terceiro dia consecutivo ante o real nesta quinta-feira (13), impactado pelo arrefecimento da inflação ao produtor americano (PPI). As taxas dos contratos de juros futuros também refletiram o alívio sobre os preços nos EUA e fecharam em leve alta. O dólar à vista fechou em queda de 0,57%, a R$4,7898. Perto das 17h00, o Índice DXY recuava 0,79%, aos 99,76 pontos.

A moeda americana desvalorizou perante a maior parte de outras divisas, com o sentimento de menor aversão ao risco global na sessão de hoje. Em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, o dólar caía frente a 19.

Segundo o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, o mercado de câmbio seguiu hoje a mesma dinâmica da sessão de ontem, com dados menores de inflação nos EUA “alimentando o movimento de fluxo para mercados emergentes”, fazendo com que o real se fortaleça contra o dólar.

O PPI teve variação anual de 0,10% anual no mês passado, abaixo do consenso, que previa avanço de 0,40%. No mês, o PPI subiu 0,10%, também dos 0,20% projetados por especialistas.

O resultado corrobora o desempenho melhor do que o esperado do CPI americano ontem, aumentando ainda mais o apetite ao risco entre investidores, pois reforçaram a ideia de que o aperto monetário nos EUA será residual daqui para a frente.

Os DI com vencimentos em Jan/25 fechou em leve alta de 0,5 ponto-base a 10,83%. Já as taxas dos contratos para Jan/27 subiram 3,0 pontos-base a 10,20%, e os vértices para Jan/31 em alta de 3,0 pbs, a 10,67%.

Agentes de mercado também repercutiram os resultados do leilão de títulos prefixados do Tesouro brasileiro. A tendência para as curvas mudou e a maioria dos vértices passaram a subir após um volume mais fraco do que nas últimas semanas nas ofertas de NTN-Fs e LTNs.

O viés altista aconteceu porque é comum que títulos pré-fixados atraiam o interesse de investidores, muitas vezes estrangeiros, em um momento de perspectiva de queda na taxa Selic. Além disso, negociadores do mercado de juros tendem a puxar para cima as taxas futuras para tentar fazer com que novos leilões acompanhem a curva DI daqui para frente.