Por Fabricio Julião
O dólar fechou em baixa nesta quarta-feira (19), impactado pela alta das commodities e o fluxo de venda de exportadoras, conforme disseram especialistas à Mover. Agentes financeiros também repercutem a precificação de uma política monetária menos contracionista do Federal Reserve nos EUA e os prováveis estímulos chineses à economia, o que beneficia a divisa brasileira. Ao fim da sessão, o dólar à vista fechou em queda de 0,51%, a R$4,7847.
O real figurava entre as maiores valorizações do dia, junto do peso mexicano, da lira turca e da coroa norueguesa. O dólar, no entanto, apreciava frente aos pares mais fortes. Em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, a moeda americana ganhava força diante de 14. Por volta das 17h, o DXY subia 0,37%, aos 100.295 pontos.
“Parece haver uma reafirmação do consenso de pausa na alta dos juros pelo Fed depois da reunião de julho. Além disso, o cenário de estímulos chineses para fortalecer a economia deve beneficiar os países ligados a commodities, como o Brasil. Isso fortalece o real”, explicou o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Netto.
Segundo as negociações de derivativos na Chicago Exchange Mercantile (CME), o mercado precifica uma alta de 25 pontos-base nos juros americanos na reunião do Fed da próxima semana. No entanto, as apostas de que essa será a última alta do ano ganham cada vez mais força, conforme mostram os dados para as decisões de setembro, novembro e dezembro. As apostas majoritárias dos investidores são de manutenções da taxa básica nestas três reuniões.
Em relação às commodities, os futuros de trigo subiram 8,16% em Chicago, enquanto os futuros de milho tiveram alta de 3,17% e os futuros de açúcar, 1,47%. O petróleo Brent futuro, em contrapartida, recuava levemente, assim como o minério de ferro em Qingdao, na China, que caiu 0,53%.
As taxas de contratos de juros futuros por aqui corrigiram os recuos recentes nas sessões anteriores e fecharam em alta. Os vértices oscilaram ao longo do dia seguindo o rendimento das Treasuries americanas, mas fecharam em alta com o dia sem grandes novidades e os investidores ajustando posições.
Os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 subiram 0,5 ponto-base e 5,5 pontos-base, respectivamente, a 12,76% e 10,79%. Já as taxas dos contratos para Jan/27 e Jan/31 avançaram 7 pbs, a 10,22% e 10,76%, nessa ordem.