DIs curtos sobem após ata reforçar cenário de juro estável por mais tempo

Ata do Copom reforçou a preocupação do BC com a desancoragem das expectativas inflacionárias

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Por: Fabrício Julião

As taxas dos juros futuros de curto e médio prazo subiam na manhã desta terça-feira, após a Ata do Copom manter o tom duro do Banco Central sobre um aperto monetário prolongado para combater a inflação. Já os contratos de prazo mais longo, a partir de janeiro/2028, exibiam leve recuo.

Por volta das 10h15, o DI com vencimento em Jan/24 tinha alta de 9,5 ponto-base, a 13,14%, enquanto o DI com vencimento para Jan/25 avançava 11,5 ponto-base, a 11,98%, e o com vencimento em Jan/27 subia 4 pbs, a 12,18%.

Entra os contratos mais longos, a taxa do DI vencimento em Jan/29 operava estável a 12,65%, enquanto os contratos com vencimento Jan/31 não tinham alteração, permanecendo a 12,96%. Por fim, os DIs com vencimento em Jan/33 caíam 1 pbs, a 13,12%.

Especialistas consultados pela Mover disseram que a Ata do Copom reforçou a preocupação do BC com a desancoragem das expectativas inflacionárias, indicando que não haverá corte da Selic tão cedo – o que justifica o movimento dos vértices curtos da curva a termo.

Segundo Márcio Holland, que ocupou a Secretaria de Política Econômica no governo Dilma Rousseff, o Copom não demonstrou motivos para pensar em começar a redução da taxa básica de juros na próxima reunião, em maio.

“Neste cenário, não há razões ainda para um corte de juros na próxima reunião do Copom. Além da perspectiva inflacionária, está se desenhando um arcabouço fiscal desidratado, que vai perdendo o brilho e dando indícios de que será conivente com o aumento de gastos públicos”, destacou o economista.