Por: Gabriel Ponte
Dirigentes do Federal Reserve reforçaram nesta sexta-feira que o banco central dos Estados Unidos está lidando com a inflação “pronta e vigorosamente”, em uma tentativa de manter sua credibilidade e assegurar expectativas de que os preços retornarão à meta de 2,0% no longo prazo. As declarações foram feitas após dados mostrarem uma aceleração da inflação ao consumidor, conhecido como PCE, de janeiro.
Susan Collins, presidente do Fed de Boston, afirmou que mais altas de juros são necessárias para controlar uma inflação persistentemente alta nos EUA. “Antecipo novos aumentos dos juros, para alcançar um nível suficientemente restritivo, e em seguida mantê-lo por algum tempo elevado”, afirmou Collins, em evento da University of Chicago Booth School of Business.
Segundo Collins, os recentes dados econômicos reforçam sua visão de Fed terá mais trabalho a fazer, para reduzir a inflação à meta de 2,0%. Além do PCE, ela também referiu-se aos números do Payroll, as vendas no varejo, bem como a inflação de preços ao produtor. Collins não vota no Comitê Federal de Mercado Aberto neste ano.
O índice de preços de gastos com consumo dos EUA avançou 0,6% em janeiro ante dezembro de 2022, de acordo com dados do Departamento do Comércio divulgados nesta sexta-feira. Na comparação anual, a alta foi de 5,4%. Já o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, avançou 0,6% em janeiro ante dezembro, acima do consenso Mover, que projetava alta de 0,4%.
James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, afirmou em outro evento que o compromisso do banco central com um cenário de desinflação é “crível”. Ele também defendeu que o Fed agisse “rapidamente” para proteger sua credibilidade. Bullard, conhecido pelo tom “hawkish” adotado em aparições públicas, participava de conferência da Universidade de Columbia, em Nova York. Ele não detém voto no FOMC neste ano.
Mais cedo, Loretta Mester, do Fed de Cleveland, manteve projeção de que o Fed precisará elevar o juro acima do patamar de 5,0% e, então, mantê-lo por um tempo nesse patamar para colocar a inflação em uma trajetória descendente sustentável. Em sua visão, os riscos inflacionários tendem para o lado altista.