Devemos ter cautela ao elevar juros, diz presidente do Fed de Chicago

Goolsbee reconheceu que os dados da inflação justificam um tom mais do Fed

Facebook/Federal Reserve
Facebook/Federal Reserve

Por Gabriel Ponte

O presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou nesta terça-feira que o banco central americano deve ser cauteloso na elevação de juros nos Estados Unidos diante do recente estresse no sistema bancário, mas que o eventual recuo na concessão de crédito por instituições financeiras auxiliaria o processo de desinflação na economia.

Segundo Goolsbee, que participou de um evento promovido pelo clube econômico de Chicago, em momentos como o atual, a abordagem correta da política monetária pede por “prudência e paciência” para avaliar o impacto potencial do estresse financeiro na economia real.

Goolsbee reconheceu que os dados de inflação persistentemente altos e uma “notável” geração de empregos nos EUA, por si só, justificam um aperto mais agressivo dos juros pelo Fed. Apesar disso, a falência de dois bancos regionais no mês passado, segundo ele, pode resultar em um “impacto material” sobre a atividade econômica, situação que também deve ser considerada pelo banco central americano.

“Dada a quantidade de incerteza sobre a direção dos ventos financeiros, acho que precisamos ser cautelosos”, afirmou Goolsbee, que é membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) neste ano.

Investidores aguardam amanhã a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de março dos EUA, métrica importante considerada por autoridades do Fed para avaliar suas decisões monetárias.

O consenso Mover prevê que o núcleo do CPI avance 5,6% na comparação anual em março, ante 5,5% em fevereiro. Na base mensal, o núcleo do CPI deve desacelerar para 0,4%, ante 0,5% em fevereiro.