Cautela predomina nas bolsas; China corta juros e Copom inicia reunião

O minério de ferro teve baixa de 0,9% e fechou a 806,50 iuanes

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Por: Patricia Lara

A cautela predomina nas bolsas europeias e nos futuros de Nova York, que operam com leve queda no retorno do feriado de ontem nos Estados Unidos. No exterior, a China cortou as principais taxas de juros para impulsionar a economia, mas o minério de ferro caiu com o alívio visto como moderado e já precificado anteriormente.

No Brasil, a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária começa hoje e é circundada pela expectativa de suavização do tom conversador do discurso, o que pode abrir caminho para alívio da taxa básica Selic no curto prazo. Na véspera, o Ibovespa renovovou máximas em 2023 em 119.857 pontos e o dólar mínimas desde junho de 2022 em R$4,77.

A China cortou a taxa de juros prime de cinco anos, que serve de referência para hipotecas, em 10 pontos-base, para 4,2%, e a de um ano foi reduzida na mesma magnitude para 3,55%. O alívio foi mais brando do que o esperado por alguns economistas e gerou venda das ações de grupos de desenvolvimento de projetos imobiliários na China continental, que caíram mais de 3% na Bolsa de Hong Kong.

Nas commodities, o contrato futuro do minério de ferro para setembro teve baixa de 0,9% e fechou a 806,50 iuanes,o equivalente a US$112,47 por tonelada, também pressionado pela frustração com a dose de alívio na China, que já tinha sido precificada. Na contramão, o contrato do petróleo para agosto subia 1,22%, a US$77,04 por barril, em dia de vencimento do contrato para julho.

O Índice Dólar, que mede a variação da moeda ante principais pares, oscilava perto da estabilidade, aos 102,48 pontos. A agenda nos EUA traz dados de construção de casas novas, às 9h30, e novas falas de membros do Federal Reserve.

Mesmo com a expectativa de normalização da taxa básica de juros, a moeda brasileira ainda tem espaço para valorização adicional na visão de alguns bancos, como o Goldman Sachs. Os estrategistas para mercados emergentes do Goldman Sachs estimam que o dólar deverá cair para R$4,40 nos próximos doze meses, ante a projeção anterior, de R$4,85.

Para a melhora do humor, os investidores seguem acompanhando a tramitação do arcabouço fiscal, que começa a ser analisado hoje no Senado com uma audiência pública e a apresentação do relatório de Omar Aziz (PSD-AM) na Comissão de Assuntos Econômicos.

A agenda de indicadores domésticos é leve. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou ontem para sua terceira viagem à Europa desde que retornou ao Palácio do Planalto. Ele terá encontros com políticos, além de ter audiência agendada com o papa Francisco, no Vaticano.

No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem encontros com políticos do Estado de Mato Grosso, às 9h00, e reunião com James Yang, CEO para as Americas da GWM.

Para mais informações, acesse os Panoramas Corporativo e Político no pré-abertura. Fique de olho na cobertura dos indicadores e eventos mais importantes na agenda TC nos terminais da Mover e TC Economatica.

MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, os futuros dos índices Dow Jones, do S&P500 e Nasdaq 100 tinham queda de 0,39%, 0,42% e 0,52%, respectivamente.

O índice Stoxx Europe 600 recuava 0,60% , com o setor automotivo liderando a queda que era vista entre a maioria dos setores. O índice FTSE 100, da bolsa de Londres, subia 0,05% e o DAX, da bolsa de Frankfurt, cedia 0,51%.

A maioria das moedas operava em alta leve ante o dólar americano. O Índice Dólar DXY cedia 0,03%, a 102,44 pontos. O dólar cedia 0,27%, a 141,58 ienes. O iuane chinês offshore recuava mais de 0,1%, para 7,1734 por dólar, oscilando perto da mínima em sete meses.

Entre os títulos de renda fixa, o juro dos títulos de 10 anos dos EUA cedia 3,5 pontos-base, a 3,787%.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem sincronia. O Índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, caiu 1,54% e o Xangai Composto perdeu 0,47%. O Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou com variação de 0,06% e o Kospi, da Bolsa de Seul, recuou 0,18%.

O Bitcoin recuava 0,28% nas últimas 24 horas, a US$26.872; o Ethereum cedia 0,44% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

O índice EWZ, que replica as ações brasileiras no exterior, subia 0,87% no pré-mercado de NY. As commodities mistas e a volta da liquidez após o feriado dos EUA ontem testam o ímpeto da Bolsa, após o Ibovespa subir 1% ontem.

O dólar futuro pode abrir em queda, dando sequência ao fluxo favorável para ativos brasileiros.

Os contratos de juros futuros na B3 podem passar por acomodação na reta final de ajuste para a decisão do Copom.

DESTAQUES

O relator do arcabouço fiscal no Senado, Omar Aziz (PSD), terá um dia desafiador hoje em meio a negociações para garantir a aprovação do texto. Entre demandas de deputados e senadores, Aziz busca flexibilizar parte do texto, mas quer garantir que os afrouxamentos não custarão a sustentabilidade do arcabouço. (Mover)

Os investidores esperam que o Banco Central mantenha a Selic em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva na decisão de juros na quarta-feira, embora enxerguem espaços para sinalizações de corte de juros adiante, de acordo com o comunicado a ser divulgado pelo Comitê de Política Monetária (Copom). (Mover)

A Caixa Econômica Federal confirmou ontem que passará a cobrar tarifa em transações via Pix realizadas por clientes Pessoa Jurídica que trabalham no setor privado a partir de 19 de julho. (Mover)

Os estrategistas para mercados emergentes da Goldman Sachs estimam que o dólar deverá cair para R$ 4,40 nos próximos doze meses – reduzindo sua projeção anterior, de R$ 4,85. A última vez que a moeda americana ficou abaixo de R$ 4,50 foi em fevereiro de 2020, antes da pandemia. (Mover)

A redução de voos no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para tentar combater o esvaziamento do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, vai entrar em vigor a partir de outubro, afirmou ontem o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França. (O Globo)

O relator do projeto do Plano Diretor de SP, o vereador Rodrigo Goulart (PSD) comunicou alterações no texto substitutivo apresentado anteriormente e que foi questionado. Entre as mudanças, o texto anunciou que os prédios mais altos poderão ser construídos em um raio de 800 metros de distância das estações de trem e metrô. Anteriormente, a proposta previa um raio de 1.000 metros. A votação do texto foi adiada para sexta-feira. (G1)

A TIL, empresa do grupo de navegação MSC, prevê R$7 bilhões de investimentos em Santos e Navegantes, mas projeta que valor pode chegar até R$17 bilhões a depender de oportunidades de aquisições e licitações. (Valor)

Os preços aos produtores na Alemanha registraram a menor alta anual em quase dois anos, em mais uma evidência de que as pressões inflacionárias estão desacelerando rapidamente. O índice subiu 1% em maio, ante 4,1% no mês anterior, além de ter ficado abaixo do consenso de 1,7% (Agências)