C&A conquista mercado no 3º trimestre em meio a cenário desafiador para o varejo; ação dispara

Varejista registra prejuízo menor do que o esperado

Fernando Frazão/Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil

Por: Ana Luiza Serrão

O resultado da C&A (CEA3) no terceiro trimestre foi bem recebido pelo mercado, causando a disparada das ações na B3 nesta sexta-feira, após a varejista de moda com controle holandês registrar um prejuízo menor do que o esperado e melhorar indicadores importantes como as vendas nas mesmas lojas, em meio ao cenário desafiador para setor no Brasil.

Perto das 15h10, as ON da C&A subiam 20,07%, a R$7,36, acumulando valorização de 220% neste ano, e de 155% nos últimos 12 meses. No mesmo horário, o Índice de Consumo (ICON) da B3 avançava 1,63%, aos 2.790,52 pontos.

O time de análise do Santander Corporate & Investment considera as melhorias no balanço da C&A graduais e constantes, e seriam uma confirmação de sua recuperação operacional, levando a uma reação positiva das ações, apoiada ainda pela redução da alavancagem para 1,0 vez da dívida líquida/EBITDA – métrica que no mesmo período do ano passado era de 3,2 vezes.

Já para o analista da Ticker Research, Pedro Accorsi, o principal motivo para a reação positiva dos papéis está atrelado ao futuro da companhia. “Com a melhora na entrega que a empresa vem tendo, é questão de tempo para que a métrica [prejuízo] positive”, escreveu Accorsi na plataforma X.

A analista Cristiane Fensterseifer, da Investe10, afirmou também no X que o prejuízo da varejista era “um pouco esperado”, uma vez que o lucro das empresas de vestuário é relevante no quarto trimestre, quando as vendas são as maiores do ano. Ela classificou o resultado da empresa como “excelente”.

Um dos indicadores mais importantes do varejo, as vendas nas mesmas lojas de vestuário da C&A deram um salto de 11,6 pontos percentuais no trimestre, para 12,5%, em relação ao mesmo período de 2022. Já a receita líquida foi de R$1,54 bilhão, alta de 9,6% na mesma base de comparação.

A C&A registrou prejuízo líquido de R$44,2 milhões entre julho e setembro, menor do que os -R$65,5 milhões projetados pelo TC Consenso, calculado a partir da média de projeções de bancos de investimentos. Em contrapartida, a margem bruta total da varejista cresceu 2,4 pontos percentuais no ano a ano, chegando a 51,7%.

(Colaboração: Bruno Andrade | ALS | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)