Por: Gabriel Brondi e Luca Boni
Os mercados financeiros operam no terreno negativo nesta segunda-feira, pressionados pela crescente procura por proteção pelos investidores, aqui e no exterior, às vésperas de quatro importantes decisões de política monetária.
Apesar do mercado dar como certa a elevação de 0,25 ponto percentual na taxa de juros americana na famosa “Super Quarta”, a busca por proteção nos últimos dias reflete a preocupação dos investidores com um possível discurso mais “hawkish” do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O receio é que Powell indique o prolongamento do ciclo de alta de juros, ou a manutenção da taxa básica em níveis elevados por mais tempo.
Em resposta, o dólar sobe no mundo. Após reverter o recuo de mais cedo, o índice dólar DXY, que mede a força do dólar americano ante uma cesta de divisas pares, ensaia sua terceira alta consecutiva. Por volta das 17h, o índice subia 0,35%.
Outra razão para o maior receio antes das decisões de juros no exterior são os sinais de inflação persistente na Europa. Nesta manhã, o mercado internacional assistiu a inflação preliminar na Espanha superar mais uma vez o consenso e o resultado do mês anterior.
Apesar da alta de 0,50 ponto percentual já estar precificada para o BCE nesta próxima decisão, investidores também temem um comunicado mais agressivo da autarquia.
Por aqui, a expectativa é de que o Banco Central mantenha a Selic no patamar atual de 13,75% ao ano. Porém, investidores devem seguir atentos aos próximos passos da autarquia, tendo em vista que ainda há “muita incerteza” sobre a política fiscal que será adotada no Brasil, como afirmaram os diretores na última decisão.