Brent renova máxima recorde em dez meses

Movimento ocorre sob perspectiva de que Opep+ continuará a restringir oferta

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Por Gabriel Ponte

Os contratos futuros do petróleo Brent para entrega em novembro renovaram máxima recorde em dez meses nesta segunda-feira (4), na esteira de expectativas de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) permanecerá com a restrição de oferta da commodity e de que o Federal Reserve está perto de terminar o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos.

No início da noite, os contratos futuros do Brent avançavam 0,52%, a US$89,01 por barril, e mais cedo registraram máxima intradiária de US$89,21, o maior nível desde a sessão de 18 de novembro de 2022. Pelo lado da Opep+, a Arábia Saudita tem feito grandes esforços para apoiar os preços da commodity, como adotar um robusto corte voluntário na produção como parte de um acordo realizado com membros da organização.

A expectativa atual é de que a Opep+ prolongue o corte voluntário de um milhão de Barris Por Dia (BPD) pelo quarto mês consecutivo até outubro, segundo a Refinitv. Tradicionalmente, a decisão sobre a continuidade do corte voluntário na produção árabe ocorre na primeira semana do mês. Na semana passada, a Rússia chegou a um acordo com a Opep+ para reduzir, de modo unilateral, a produção de petróleo para mercados estrangeiros nos próximos meses.

Já na conjuntura macroeconômica, dados de empregos de agosto nos EUA reforçaram as apostas de que o Fed parece caminhar para o fim do ciclo de alta dos juros no país, com o potencial de interromper o aperto monetário já na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) deste mês. Na China, a atividade industrial cresceu inesperadamente em agosto, após o gigante asiático lançar uma série de medidas para apoiar sua recuperação econômica após a pandemia de Covid-19, elevando o otimismo em torno da importação da commodity.