Por Luciano Costa
O Brasil e a Guiana serão os principais responsáveis pela expansão da produção global de petróleo no médio prazo, disseram analistas do Bank of America, ao projetar que a oferta brasileira poderia superar 4 milhões de barris por dia em 2028.
Para se ter ideia do crescimento estimado pelo BofA, o Brasil produziu aproximadamente 3 milhões de barris de petróleo por dia em novembro, segundo os dados mais recentes divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
“Nos últimos seis anos, a América do Sul foi líder mundial na entrada em operação de novos ativos, e essa liderança deve aumentar entre 2023 e 2028”, escreveu a equipe de análise do BofA no relatório, publicado ontem. “Projetos em águas profundas, particularmente no Brasil, Guiana, Golfo do México e África, devem representar uma parcela crescente do total”.
As petroleiras que operam no Brasil planejam colocar em funcionamento mais de 20 navios-plataforma, conhecidos pela sigla FPSO, nos próximos seis anos, apontou o time do banco americano.
O plano de negócios 2023-2028 da Petrobras projeta investimentos de US$6 bilhões para atividades de exploração, dos quais 49% dos recursos deverão ir para a Margem Equatorial, região vista como similar à de descobertas que estão sendo desenvolvidas na Guiana. A estatal planeja 16 poços na área.
“Alguns desses projetos provavelmente vão atrasar, mas vemos a produção do Brasil superando 4 milhões de barris por dia em 2028”, afirmaram os analistas do BofA.
Na Guiana, que já produz em região similar à Margem Equatorial, onde a Petrobras aguarda licenças ambientais para perfurar, a oferta deve superar 1,4 milhão de barris por dia em 2028, um salto ante os apenas 270 mil barris por dia de 2022.
“A equipe do banco, no entanto, pontuou que os projetos em águas profundas “são tecnicamente complexos e propensos a atrasos e complicações”, evidenciando desafios que a Petrobras terá pela frente caso siga com seu atual plano de negócios.
A expectativa do BofA é que as petroleiras globais elevem investimentos neste ano em mais de 20%, após uma ampliação estimada em 22% em 2022, para US$415 bilhões, retomando os aportes para níveis pré-pandemia, embora a indústria de óleo de xisto ainda esteja 30% abaixo do patamar de 2019