Por: Luca Boni e Fabricio Julião
O Ibovespa sobe, mas opera com volatilidade nesta terça-feira, oscilando entre os terrenos negativo e positivo. As ações da Petrobras (PETR3, PETR4)impulsionam o índice e as da Vale (VALE3) pressionam para baixo. Investidores reagem à aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em novembro e aguardam dados de emprego e o resultado do Tesouro.
Perto das 12h10, o Ibovespa tinha leve alta de 0,30%, aos 126.296 pontos. Caso esse ritmo seja mantido, o volume deve chegar a R$12,2 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.
O principal índice de ações do mercado brasileiro, segue operando de forma lateral como visto nos últimos dias. O Índice de Força Relativa (IFR) — um indicador de análise técnica que permite medir a evolução de forças vendedoras e compradoras simultaneamente — ultrapassou a região dos 70 pontos. Isso indica o enfraquecimento da tendência de alta, ou seja: o Ibovespa está em região de sobrecompra.
Às 13h, o Ministério do Trabalho divulga o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Para a equipe econômica do Santander (SANB11), o dado de emprego deve apresentar uma geração líquida de 120 mil novos postos de trabalho em outubro. Às 14h30, o Tesouro Nacional apresenta o resultado do mês passado. O consenso prevê um superávit primário de R$15,4 bilhões do Governo Central.
Entre as ações, as maiores contribuidoras por pontos eram as ON e PN da Petrobras e as ON da B3 (B3SA3), que avançavam 1,44%, 1,40% e 1,63% na sequência. No caso da estatal, os papéis sobem em linha com o Brent, que valorizava cerca de 1%, diante da expectativa pela reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), na próxima quinta-feira.
Em termos percentuais, os destaques eram as ON do Carrefour (CRFB3), as da SLC Agrícola (SLCE3) e da São Martinho (SMTO3), que subiam 3,51%, 2,60%, e 2,28%, nesta ordem.
Na ponta oposta, os destaques negativos eram das ON da Vale, da Eneva (ENEV3) e da Suzano (SUZB3), que recuavam 0,44%, 3,14% e 1,40%, respectivamente. As ações da mineradora caem em linha com a forte desvalorização do minério de ferro.
EXTERIOR
Os principais índices acionários de Wall Street operavam em leve queda com investidores em compasso de espera, de olho nas declarações de diversos membros do Federal Reserve que devem falar ao longo desta tarde. Agentes buscam sinalizações sobre o futuro da política monetária.
Perto das 12h10, o Dow Jones, o S&P500 e o Nasdaq 100 recuavam 0,03%, 0,20% e 0,06%, respectivamente. No mesmo horário, os títulos do Tesouro americano de dez anos operavam em alta de 0,2 ponto-base, a 4,390%, já os de dois anos caíam 0,9 ponto-base, a 4,848%.
Os índices de Comunicação (XLC) e o de Saúde (XLV) cediam 0,50% e 0,51%, respectivamente, e eram os destaques negativos entre os setoriais do S&P.
Apenas alguns dias antes do início do chamado período de blackout, investidores esperam por falas de membros do Fed ao longo da tarde. Apesar de o mercado precificar a manutenção do patamar atual da meta para os juros nos EUA, a autoridade monetária não descartou essa hipótese.
JUROS
As taxas dos contratos de juros futuros operavam em alta nesta terça-feira, em linha com o rendimento das Treasuries americanas. O movimento por aqui era acentuado devido aos sinais de inflação acima do esperado no Brasil, o que pode impactar no ciclo de cortes da Selic mais à frente.
Por volta das 12h10, os DIs com vencimentos em jan/25 e jan/27 avançavam 3,0 pontos-base e 4,5 pbs, respectivamente, a 10,44% e 10,25%, na mesma ordem. O vértice para jan/31 tinha alta de 2,0 pontos-base, a 10,89%.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 de novembro variou 0,33% na base mensal, ante consenso de alta de 0,30%.
Com a variação levemente acima do esperado do IPCA-15, considerado a “prévia da inflação”, as taxas de contratos dos juros futuros engataram movimento de alta logo cedo. O principal contribuidor do indicador divulgado pelo IBGE foi a categoria de alimentos, justamente uma das principais preocupações dos economistas para a inflação do próximo ano.
“O IPCA-15 veio um pouquinho pior, apesar de seguir em nível bastante tranquilo, devido à piora em alimentos e com alguns sinais de atenção, como as acelerações em serviços e na média dos núcleos”, afirmou o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi.
CÂMBIO
A taxa de câmbio oscilava próxima da estabilidade, sem grandes alterações, mantendo-se no patamar entre R$4,85 e R$4,90. O dólar operava em leve queda ante o real, com a entrada de capital estrangeiro na bolsa brasileira e agentes financeiros de olho nas falas de membros do Federal Reserve.
Perto do horário acima, o dólar à vista recuava 0,14%, a R$4,8900, e o dólar futuro tinha baixa de 0,12%, a R$4,889.
Assim como nas sessões anteriores, a moeda americana cedia perante a maior parte dos pares acompanhados pela Mover, apesar de ter ganhado terreno na abertura. Em uma cesta de 23 divisas, o dólar se depreciava diante de 16. O Índice DXY recuava 0,25%, aos 102,94 pontos, devido especialmente à valorização do euro.
(LB + FJ | Edição: Machado da Costa e Juliana Machado | Arte: Vinícius Martins | Comentários: equipemover@tc.com.br)