Bolsas caem após feriado nos EUA e PMIs fracos

Ainda na agenda local, às 10h00, sai o PMI de serviços e composto

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Por: Felipe Corleta

As bolsas internacionais e os futuros dos índices acionários americanos operam em baixa na manhã de quarta-feira, após dados fracos de atividade na China e na Europa renovarem receios de que a economia global está a caminho de uma recessão.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Caixin de serviços da China desacelerou de 57,1 pontos em maio para 53,9 pontos em junho, enquanto o PMI composto desacelerou de 55,6 para 52,5 pontos. Na Zona do Euro, o PMI composto atingiu 49,9 pontos, ante consenso de 50,3. Os PMIs de Alemanha, França, Itália e Índia também frustraram os consenso.

A agenda econômica do dia traz como principal destaque a divulgação, pelo Federal Reserve, da ata da última reunião de juros, de junho. O documento pode trazer detalhes sobre a estratégia do Fed de pausar as altas de juros, mas deixar em aberto a retomada do aperto no próximo encontro. Alguns economistas entendem que o Fed adotará uma postura de elevar os juros “reunião sim, reunião não” até que se veja uma queda mais acentuada da inflação.

No Brasil, a Câmara dos Deputados segue em foco após mais um dia sem consenso em torno do Projeto de Lei que restabelece o voto de qualidade em caso de empate no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), tópico que trava qualquer avanço de temas da agenda econômica, como o arcabouço fiscal ou a reforma tributária.

Ainda na agenda local, às 10h00, sai o PMI de serviços e composto. O consenso aponta para uma aceleração dos serviços de 54,1 para 54,4 pontos.

Apesar do sentimento negativo com ativos de risco no mundo, as principais commodities operam em alta. O minério de ferro subiu 0,73% em Dalian, na China, a 828 iuanes (US$114,39), e o futuro do barril de petróleo Brent saltava 1,84%, a US$76,02. Mesmo com a alta do minério, as ações de mineradoras lideram as quedas nas bolsas europeias.

Na sessão de terça-feira, o mercado local adotou um movimento de correção, em um dia de baixa liquidez pelo feriado nos EUA. Os juros futuros e o dólar subiram e a bolsa recuou. Houve, entre os investidores, um sentimento de que foi exagerado o otimismo passado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre o avanço célere da agenda econômica esta semana no Congresso.

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MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, os futuros dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 recuavam 0,42%, 0,46% e 0,63%. Os fundos de índices dos setores de tecnologia, metais & mineração e consumo tinham as maiores baixas no pré-mercado.

O índice Stoxx Europe 600 caía 0,59%, puxado por setores de mineração, bancos e energia. O índice FTSE 100 da bolsa de Londres caía 0,58% e o DAX, da bolsa de Frankfurt, caía 0,60%.

A maioria das moedas se desvalorizava ante o dólar americano, em outro sinal de aversão a risco dos mercados. O Índice Dólar DXY operava estável, devido à alta do euro ante o dólar.

A curva de juros dos Treasuries nos Estados Unidos operava em baixa, com investidores buscando proteção na renda fixa. O rendimento dos títulos de dívida de dez anos caía 1,9 pontos-base, a 3,841%.

Na Ásia, as bolsas fecharam no vermelho. O índice Hang Seng da bolsa de Hong Kong caiu 1,57% e o índice de referência Xangai Composto cedeu 0,69%. O índice Nikkei 225 da bolsa de Tóquio caiu 0,25%.

O Bitcoin cai 1,07% nas últimas 24 horas, a US$30.690; o Ethereum cede 1,61% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: Os contratos futuros do Ibovespa podem abrir em queda, com o peso dos mercados internacionais e o sentimento negativo com o avanço da agenda econômica em Brasília. O índice EWZ tombava 1,61% no pré-mercado americano, com os ADRs da Vale em baixa de 0,58% e os da Petrobras em alta de 0,50%. O Ibovespa à vista tem suporte técnico na média de 21 dias em 117.924 pontos.

Câmbio: O dólar futuro pode abrir em alta na B3, seguindo a dinâmica de outras moedas internacionais.

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 podem estender a alta na abertura, puxados pelo câmbio e pela possível realização de lucros em títulos prefixados.

DESTAQUES

O presidente Lula se comprometeu a criar um Instituto Federal de Educação e um hospital de Câncer em Belford Roxo, no RJ, em troca da saída de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo. No Planalto, é dado como certo que a troca no ministério acontecerá até sexta-feira. (O Globo)

O plenário do Senado aprovou, na noite de ontem, as indicações de Gabriel Galípolo e Aílton Aquino dos Santos para diretorias do Banco Central. (Mover)

A montadora chinesa BYD anunciou que deve investir R$3,0 bilhões para produzir veículos elétricos na Bahia. A montadora projeta fabricar dois modelos no Brasil. (Mover)

As ações ordinárias da Petz avançaram 4,78% na sessão de ontem, após o Itaú notar que existem posições vendidas elevadas nas ações da cia. A observação do banco pode ter feito alguns investidores com posição vendida a começar a cobrir posições. (Brazil Journal)

Os planos do Brasil de fortalecer e de expandir o bloco comercial do Mercosul estão gerando divisões entre seus membros, em meio a crise econômica na Argentina. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência rotativa do bloco econômico ontem e disse que trabalhará pela inclusão da Bolívia no bloco e pela a conclusão do acordo de livre comércio com a União Europeia. (Bloomberg)

“São Paulo topa perder arrecadação por uma reforma tributária” disse o governador de SP, Tarcisio de Freitas. Segundo ele, mais de 90% do texto da Reforma já está pacificado entre os governadores. (Estado)

O presidente da China, Xi Jinpin, alertou o presidente russo Vladimir Putin contra o uso de armas nucleares na guerra da Ucrânia. (Financial Times)

O índice de inflação ao produtor na Zona do Euro de maio saiu em -1,9%, a primeira leitura negativa desde 2020. (Mover)

A China cancelou a visita do chefe de política internacional da União Europeia ao país sem oferecer uma justificativa específica. O cancelamento acontece um dia antes da visita prevista da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen. (CNBC)