Por Artur Horta
O preço do barril de petróleo Brent pode ultrapassar US$100 ainda neste ano se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) mantiver cortes na produção em meio ao cenário de demanda resiliente na Ásia, projetou o time do Bank of America Securities em relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (13).
As cotações da commodity energética têm ganhado tração desde que a Arábia Saudita anunciou, no início do mês, a extensão de cortes voluntários na produção de petróleo em 1 milhão de barris por dia até o final do ano. Por volta das 14h40, os futuros do Brent eram cotados a US$91,69 em Nova York, próximos ao patamar mais alto desde novembro passado.
O corte se soma às seguidas reduções de menor magnitude dos países da OPEP+, organização que reiteradamente avalia ser necessário “apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados de petróleo”.
Em paralelo ao cenário de menor oferta, a Ásia está “liderando mais uma vez o crescimento da procura global de energia, apesar das preocupações quanto às perspectivas econômicas da China”, escreveu o estrategista do BofA Francisco Blanch.
“Embora a atividade industrial e o setor imobiliário estejam fracos na China, a tendência para transportes permanece bastante positiva, mantendo baixas as exportações de combustíveis derivados do petróleo e os mercados no continente em situação apertada”, acrescentou Blanch.
A Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês) também projetou hoje que cortes na produção devem significar um déficit substancial na oferta de petróleo até o quarto trimestre. A IEA prevê que a demanda global cresça em 2,2 milhões de barris por dia em 2023.
Para a agência, no entanto, a falta de cortes no início do próximo ano mudaria o equilíbrio para um excedente, mas, ainda assim, os estoques devem estar em níveis “desconfortavelmente baixos”.