Por Patrícia Lara
O Bank of America reduziu nesta quarta-feira o preço-alvo para as ações ordinárias da Ambev (ABEV3) de R$ 16,50 para R$ 16,00, citando a possibilidade de uma mudança tributária pesar sobre os ativos, o que ofuscaria a perspectiva de melhora das margens de lucro da maior cervejaria da América Latina.
Segundo o relatório assinado pelos analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares, o BofA recomenda a manutenção da ação em carteira e elevou a projeção para o EBITDA da Ambev em 5%, para R$ 30,7 bilhões, em 2024. Perto das 14h52, as ON da Ambev caíam 0,07% na B3, a R$14,41.
Segundo o time do BofA, o Ministério da Fazenda pode adotar medidas para ampliar a arrecadação após anúncio do novo marco fiscal, como a eliminação do juro sobre o capital próprio e a redução do impacto dos subsídios no pagamento do imposto de renda. Se aprovadas, as duas deliberações podem ser impactantes para a Ambev, segundo a projeção dos analistas. Caso os dois benefícios sejam excluídos, o BofA cita que o valor do fluxo de caixa descontado da Ambev cairá 7% e o lucro por ação neste ano irá diminuir 28%.
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Desconsiderado o risco tributário, o BofA espera que a Ambev registre um forte crescimento do EBITDA neste ano e no próximo, com uma taxa de crescimento anual composto (CAGR), de 16% para o horizonte entre 2022 e 2024, impulsionado principalmente por margens mais altas do segmento de cervejas no Brasil.
“Os custos da cerveja no Brasil devem ter aumento na faixa entre média a alta de um dígito em 2023 e cair 3% em 2024”, escreveram, o que representaria uma descompressão após quatro anos de inflação de dois dígitos devido ao real fraco e à alta das commodities. O resultado da Ambev também deve ser favorecido por iniciativas focadas em receita, incluindo o mix premium e vendas diretas ao consumidor. Para completar, o recente pedido de recuperação judicial da Petrópolis poderia eventualmente melhorar o lucro do setor.
