Por Artur Horta
O Banco Central está perto de iniciar cortes na taxa básica de juros brasileira, disse nesta terça-feira o ex-presidente da autarquia e sócio da Consultoria Tendências, Gustavo Loyola.
“Podemos fechar o ano com uma taxa Selic em torno de 10,5%”, afirmou Loyola, em participação em um painel de evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias.
Para o economista – que presidiu o BC de novembro de 1992 a março de 1993, e entre junho de 1995 e agosto de 1997 – o fato da Selic estar há mais de um ano em território contracionista já mostra efeitos da política monetária na economia brasileira.
“O dado de inflação hoje mostra essa tendência de queda”, avaliou. Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março teve alta de 0,71%, ante 0,84% na medição de fevereiro. A expectativa do TC Consenso era de alta de 0,77%.
No cenário internacional, Loyola disse ver uma “conjuntura desinflacionária, devido à queda da atividade econômica”, o que também, segundo ele, deve ajudar a derrubar a inflação no Brasil e permitir que a taxa básica de juros caia do atual patamar de 13,75%.