Ação da Via sobe com otimismo por plano de transformação, apesar de balanço fraco

Varejista amargou prejuízo de R$ 492 mi no período

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Por Ana Luiza Serrão

As ações da Via (VIIA3) iniciaram o pregão desta sexta-feira (11) em queda na B3, após a varejista reportar um prejuízo maior do que o esperado no segundo trimestre, mas reverteram o cenário, chegando a subir mais de 7% pela manhã, com otimismo do mercado em torno de um plano de transformação da companhia divulgado junto ao balanço.

Por volta das 15h25, os papéis ordinários da segunda maior empresa de comércio varejista do Brasil subiam 2,19%, a R$1,87. Já o Ibovespa recuava 0,63%, aos 117,6 mil pontos. Nos últimos 12 meses, as ON da empresa desvalorizam 37,16%.

A Via marcou um ponto de virada ao propor um planejamento ambicioso e promissor, que visa equilibrar uma abordagem operacional mais enxuta e focada, disseram os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, do Santander Corporate & Investment.

“Embora ofereça caminhos promissores para geração de caixa e redução de custos, o plano não está isento de riscos substanciais, incluindo possíveis interrupções nos canais de vendas e relacionamentos com fornecedores”, acrescentaram em relatório.

Entre abril e junho, a varejista registrou “crescimento moderado da receita e lucratividade pressionada em uma perspectiva macro ainda desafiadora para a demanda”, segundo a XP, que afirmou que os gastos de reestruturação do novo plano já estão impactando os resultados e que ajustes de capex e lojas já estão sendo implementados.

O planejamento proposto pela Via representa uma “mudança estrutural” e alivia a reação negativa do mercado após o balanço fraco, disseram os analistas da Genial Investimentos, apontando que o conjunto de medidas de ajuste deverá ser monitorado de perto pelo mercado daqui em diante.

O plano da Via prevê potencial redução de entre 50 e 100 lojas, corte significativo de despesa de pessoal e reduções adicionais de estoques, com potencial impacto de até R$1 bilhão no lucro antes de imposto de renda.

A varejista também pretende liberar até R$5 bilhões por meio de fundos de direitos creditórios, FIDCs, e obter até R$4 bilhões com monetização de ativos, sendo R$2,5 bilhões em créditos fiscais e R$1 bilhão em estoques.