Por: Fabricio Julião
As taxas de juros futuros caíam levemente nos primeiros negócios desta quarta-feira, após a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos e ainda refletindo o arrefecimento mais forte que o esperado da inflação ao consumidor no cenário local.
Na véspera, os DIs despencaram devido à desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 0,71% em março, enquanto o mercado esperava que o indicador no mês passado fosse de 0,77%. O recuo da inflação aumentou as expectativas sobre um corte de juros da Selic em breve, fazendo com que os DIs caíssem mais de 20 pontos-base.
Nesta quarta-feira, a curva de juros ainda reflete o sentimento do dia anterior, adicionando a leitura da desaceleração mais profunda do CPI nos EUA. O indicador apresentou alta anual de 5,0% em março, abaixo do consenso do mercado de 5,2% e ante 6,0% registrado em fevereiro.
Agora, investidores aguardam a próxima decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a taxa de juros por lá. Segundo dados compilados na Chicago Mercantile Exchange (CME), as apostas ainda são majoritárias para aumento de 25 pontos-base (66,2%), levando os fed funds ao intervalo de 5% a 5,25%, mas a hipótese de manutenção da taxa dos juros cresceu de 27,1% para 33,8% depois da divulgação do CPI.
Membros do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve se reúnem em 3 de maio, na chamada “Super Quarta”, na qual anunciam no fim do dia a decisão sobre o patamar da taxa básica de juros de seus respectivos países.
Também na cena local, as vendas do comércio varejista subiram 3,8% em janeiro deste ano, ante comparação com dezembro de 2022, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Olhando à frente, a performance do setor deve ser mais heterogênea. De um lado, o encarecimento do crédito e o alto comprometimento de renda das famílias deve seguir pesando sobre os itens de maior valor agregado, enquanto do outro, o bom desempenho do mercado de trabalho em um ambiente de arrefecimento da inflação e transferências de renda por parte do governo dão sustentação ao varejo restrito”, destacou o time de analistas do Banco Original.