Por: Gustavo Boldrini
A CVC Brasil anunciou nesta sexta-feira um acordo para renegociar o prazo de vencimento de até R$900 milhões em debêntures, com o objetivo de alongar dívidas e reorganizar o passivo financeiro para 2023, em meio às preocupações de investidores em relação ao impacto da taxa Selic sobre o endividamento da companhia ao longo do ano.
Em comunicado, a maior empresa de turismo do país disse que chegou a acordo com 75% dos debenturistas de sua 4ª emissão e com 100% dos detentores de títulos da sua 5ª emissão de debêntures, chegando a um volume de até R$900 milhões. Os títulos, que venceriam entre este ano e 2025, tiveram o prazo alongado, passando a vencer em novembro de 2026.
A CVC Brasil disse que a operação representa “um passo importante para equalização da sua estrutura de capital e reorganização do passivo financeiro”. A companhia acrescentou que, assim que finalizado, o processo deve reduzir seu endividamento bruto, uma vez que o reperfilamento prevê algumas amortizações ao longo do tempo.
Até o encerramento do pregão de ontem, as ações ordinárias da CVC apresentavam o melhor desempenho para uma semana desde março de 2020, acumulando uma alta de 48,9% entre segunda e quinta-feira, a terceira maior do Ibovespa no período. Até às 15:45 de hoje, as ações ordinárias da CVC caíam 16,31%. Há poucas explicações para a mudança de ânimos senão uma correção da alta verificada dos últimos dias antes do anúncio e alguma insatisfação dos investidores com relação aos termos no acordo. O acordo foi antecipado na segunda-feira pela coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo.