Veja os principais destaques políticos que podem impactar os mercados

Por: Stéfanie Rigamonti

Em dia de agenda esvaziada dos políticos neste pré-feriado de Páscoa, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, que é o número 2 da pasta, irá nesta quinta-feira a um evento nos Estados Unidos, organizado pelo Morgan Stanley, onde se encontrará com investidores internacionais, uma semana após o governo apresentar a proposta de novas regras fiscais.

Por aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de um café da manhã com jornalistas antes de viajar a São Paulo, onde passará parte do feriado da Páscoa. E o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), cede entrevistas em São Paulo ao BandNews TV e ao jornal Folha de S.Paulo.

A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.

DESTAQUES DO DIA

Galípolo participa hoje presencialmente de evento com investidores internacionais organizado pelo banco americano Morgan Stanley, em Nova York, às 16h00. A ida do secretário acontece exatamente uma semana depois de o Ministério da Fazenda apresentar a proposta de novo arcabouço fiscal, que gerou dúvidas entre os operadores de mercado sobre a factibilidade das regras sem um aumento da carga tributária no país, conforme prometido pelo governo. (Mover)

Apesar dos ruídos em torno do marco fiscal, ontem o presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, disse que as perspectivas de riscos para a trajetória da dívida foram eliminadas após a apresentação da proposta na semana passada. A fala aconteceu durante fórum do Bradesco BBI realizado em São Paulo. Campos Neto reforçou, contudo, que não há relação mecânica entre a política fiscal e a taxa básica de juros. (Mover)

Em outro evento, Campos Neto afirmou ontem que o Banco Central tenta suavizar o ciclo de aperto monetário “o máximo possível”, de forma que o impacto sobre a atividade econômica seja o “mínimo possível”. De acordo com a autoridade monetária, apesar de os juros já se encontrarem em patamar elevado, é preciso haver credibilidade para que seus efeitos se propaguem pela curva de juros. (Mover)

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse ontem a jornalistas em Brasília, que, como acionista majoritária, a União irá “o tempo todo” intervir em como “está sendo construída tanto a política de preços quanto a política de investimentos” da Petrobras. Silveira subiu o tom no discurso, após falas do ministro pela manhã, durante entrevista à GloboNews, derrubarem as ações da companhia. Ao canal de televisão ele disse que a estatal já foi orientada a discutir sua política de reajuste de combustíveis e que essa mudança deve levar à redução no preço do diesel entre R$0,22 e R$0,25. (Mover)

Após a entrevista de Silveira ontem, a Petrobras enviou um comunicado ao mercado reafirmando compromisso com a prática de preços competitivos e informou que não recebeu nenhuma proposta do Ministério de Minas e Energia de mudança na política de reajuste de combustíveis. Após a divulgação do comunicado, as ações da estatal viraram e passaram a subir, dando sustentação aos papéis no final do pregão. (Mover)

ECONOMIA

O presidente Lula assinou ontem dois decretos que alteram o marco regulatório do saneamento e disse que os bancos públicos precisam emprestar recursos para obras do setor. Em cerimônia no Palácio do Planalto, ele citou o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Nordeste (BNB) em seu discurso. (Mover)

Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), as novas determinações no Marco Legal do Saneamento destravam investimentos públicos e privados no setor e permitirão aportes de R$120 bilhões até 2033 para garantir a universalização dos serviços. Na prática, porém, uma das principais mudanças prevê a manutenção de estatais no setor, com o fim do limite de 25% para a realização de Parcerias Público-Privadas pelos estados, dando oportunidade para que companhias estaduais possam comprovar sua capacidade econômico-financeira de investir. (Mover)

Outro ajuste no Marco Legal do Saneamento diz respeito à prestação regionalizada. A lei exige que, para ter acesso a verbas federais, os serviços devem ser prestados atendendo a mais de um município. As novas regras prorrogam o prazo para a regionalização, que se encerraria em 31 de março de 2023, até 31 de dezembro de 2025. (Mover)