Veja os principais destaques políticos que podem impactar os mercados

Haddad tem encontro com Campos Neto após apresentar marco fiscal

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Por: Stéfanie Rigamonti

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem nesta segunda-feira, o primeiro encontro com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após a apresentação da proposta de novo arcabouço fiscal, na semana passada. Operadores de mercado consultados pela Mover acreditam que as projeções de cenários contidos no novo arcabouço só são críveis se houver aumento da carga tributária, algo que Haddad nega que haverá.

Para alcançar as metas de receita, o governo conta, entre outras medidas, com a reforma tributária. O secretário extraordinário da Fazenda para o tema, Bernard Appy, tem cumprido uma longa agenda para debater o assunto com diversos setores a fim de garantir o máximo de apoio possível para uma aprovação da reforma ainda no primeiro semestre.

A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.

DESTAQUES DO DIA

Um dia após divulgar o projeto de arcabouço fiscal em Brasília, a equipe econômica do governo organizou uma pesada artilharia na sexta-feira em São Paulo para encontrar representantes do mercado financeiro e tentar conquistar a confiança dos agentes. O efeito prático, contudo, pode ter sido o contrário do pretendido: nada consistente foi apresentado e perguntas não foram respondidas, o que torna as críticas ao novo plano fiscal ainda mais contundentes, disseram gestores. (Scoop by Mover)

Para que os cenários desenhados pelo Ministério da Fazenda que constam no novo arcabouço fiscal se concretizem, a carga tributária brasileira deverá subir, disse o sócio e economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo. “E não é pouco”, alertou. O economista estima que a carga tributária deve aumentar em 2,5% do Produto Interno Bruto anualmente para atingir o que a Fazenda propõe de crescimento de receita. (Mover)

Na sexta-feira, após encontros em São Paulo, Haddad foi questionado por jornalistas sobre essas estimativas de aumento da carga tributária para que as novas regras fiscais sejam críveis, e ele reafirmou que não haverá aumento de impostos nem de alíquotas. (Mover)

Uma das grandes apostas do governo para melhorar as contas públicas do país pelo lado da receita é a reforma tributária e o combate à sonegação de impostos. O secretário para o tema do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, tem cumprido agenda para debater o assunto com diversos setores e, nesta segunda-feira, participará de um evento do Credit Suisse pela manhã com investidores e economistas. (Mover)

ECONOMIA

Haddad definiu a receptividade do arcabouço fiscal por representantes da indústria como “muito boa”, e disse na sexta-feira que as demandas do setor cabem dentro das novas regras. O ministro também falou no interesse do mercado de capitais em fomentar a reindustrialização do Brasil. “Recebemos uma associação das instituições ligadas ao mercado de capitais que está muito interessado em fomentar essa reindustrialização por meio do mercado de capitais”, afirmou. Na agenda oficial de sexta-feira do ministro constava um encontro com o presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Carlos André. (Mover)

O ministro também afirmou que o governo vai anunciar 12 medidas para melhorar o ambiente de crédito no Brasil em abril. “As medidas vão desde aval para PPPs [Parceria Público-Privadas], passando por debêntures, que não pagam imposto de renda, até garantias que são dadas no sistema de crédito para baixar o spread bancário”, elencou. (Mover)

Aumentou o percentual de brasileiros que acreditam em uma piora da situação econômica nos próximos meses, segundo a primeira pesquisa Datafolha sobre o tema após Lula assumir a presidência. Em dezembro, 20% dos entrevistados disseram esperar uma piora da economia brasileira. Agora, esse percentual é de 26%. (Folha)

O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli pediu vista, na sexta-feira, e suspendeu o julgamento virtual do processo sobre a Lei das Estatais. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7331 foi relatada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que retirou a regra que obrigava quarentena a políticos antes de serem nomeados nas empresas públicas. Se o plenário do STF votar contra o relator, mantendo as travas, a consequência será o impedimento de que Aloízio Mercadante (PT) permaneça na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também que Jean Paul Prates se mantenha à frente da Petrobras. (Mover)

POLÍTICA

A aprovação do presidente Lula em três meses de governo é a menor já registrada para o início de suas passagens pelo Palácio do Planalto, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana. Lula chega aos 90 dias de mandato com aprovação de 38%, enquanto 30% consideram o governo regular e 29% consideram ruim ou péssimo. Nos primeiros três meses de 2003, Lula tinha 43% de aprovação e 10% de reprovação. Em 2007, as marcas foram de 48% e 14%, respectivamente. (Mover)

ESTATAIS

Petrobras – A diretoria executiva da estatal aprovou propostas a serem consideradas no novo planejamento estratégico da companhia, incluindo foco em ativos rentáveis de exploração e produção, descarbonização crescente, ênfase na adequação e aprimoramento do parque de refino e busca por transição energética justa. Os investimentos serão financiados pelo fluxo de caixa operacional. (Mover)

AGENDA

O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, estará no Corporate Access do Credit Suisse no Brasil, evento com investidores e economistas, às 10h00.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem encontro com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na sede da pasta, às 17h00.

Haddad também tem reunião agendada com o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, às 18h00.

Appy também participará da audiência com representantes da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, às 16h30.