Por Stéfanie Rigamonti
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar ontem o Banco Central e o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, após um período de trégua antes da divulgação da Medida Provisória que reonera os combustíveis. Com isso, Lula volta a tensionar a corda em um momento crucial de escolha do novo diretor de Política Monetária do BC.
Em um tom mais ameno, ministros da equipe econômica também cobraram ontem o Banco Central por um corte da taxa básica de juros depois da divulgação de dados fracos do Produto Interno Bruto de 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.
DESTAQUES DO DIA
O presidente Lula voltou a questionar o patamar elevado da taxa básica de juros, pedindo explicações ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, do porquê a Selic está em 13,75%. Em entrevista à rádio BandNews FM ontem, ele disse que, com esse juro, muito em breve o Brasil pode ter uma crise de crédito. (Mover)
Em um tom menos exaltado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que o governo federal não trabalha com perspectiva de recessão neste ano, mas que a manutenção da taxa de juros no patamar atual “enseja uma desaceleração da economia”. Haddad disse ainda que, neste ano, o governo tem uma grande oportunidade de reverter o quadro de desaceleração econômica vista em 2022, sem prejudicar a população de renda mais baixa. (Mover)
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgados ontem, o Produto Interno Bruto de 2022 avançou 2,9%, ante um crescimento de 5,0% em 2021. No quarto trimestre, houve retração de 0,2% da economia brasileira, o que coloca um risco adicional de recessão técnica no Brasil. Ao comentar os dados, Haddad voltou a mandar um recado para o Banco Central, de que o governo está fazendo sua parte para ajustar as contas públicas e, assim, colaborar com o corte da taxa Selic. “Tudo o que nós estamos fazendo agora é reverter esse quadro para que, com uma eventual queda na taxa de juros, o Brasil possa retomar uma curva ascendente no crescimento do PIB”, disse. (Mover)
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), também fez sinalizações ao Banco Central nos últimos dias por um corte na taxa de juros. No Palácio do Planalto ontem ela disse que o governo não espera “generosidade” por parte do BC, mas um “gesto positivo” a favor do Brasil na próxima reunião de juros do Comitê de Política Monetária, o Copom. (Mover)
ECONOMIA
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Lula também voltou a subir o tom ontem contra os dividendos distribuídos pela Petrobras, durante evento de lançamento do novo Bolsa Família. “Não podemos aceitar a ideia da notícia de hoje: a Petrobras entregou mais de R$215 bilhões em dividendos, quando deveria ter investido metade no crescimento econômico do país, na indústria brasileira naval e de óleo e gás”, afirmou. O presidente também disse que “em vez de investir, a Petrobras resolveu agraciar os acionistas minoritários”. (Mover)
O presidente da petroleira, Jean Paul Prates, por sua vez, disse que os dividendos seguirão com “robustez” porque a companhia pretende continuar a entregar lucros “à altura” dos registrados em 2022, ano de recordes. Mas voltou a afirmar que considera o tema da política de preços uma “questão de governo” e que a Petrobras tem um papel social a cumprir no Brasil. (Mover)
O ministro Haddad disse ontem que a proposta de âncora fiscal, que irá substituir a regra de Teto de Gastos, será finalizada na pasta nesta semana. A proposta ainda será levada para avaliação da área econômica e ao presidente Lula. Haddad afirmou que a ideia do governo é que tanto a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) quanto a da âncora fiscal caminhem juntas no governo e no Congresso. (Mover)
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, enviou mensagem à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chamando de “perigosas” as indicações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), para o Conselho de Administração da Petrobras. Silveira derrubou todas as indicações de Prates para compor o colegiado da petroleira e substituiu por apadrinhados do Centrão. (Estado)
O caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina encontrado no Pará no último mês é atípico, confirmou ontem um exame do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal, localizado em Alberta, no Canadá. Segundo nota oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária, o chefe da pasta, Carlos Fávaro (PSD), já comunicou o resultado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, imediatamente, iniciou a inserção de informações no sistema para a comunicação oficial à OMSA e às autoridades chinesas. (Mover)
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