Veja as principais notícias da política que podem impactar os mercados

Entrevista de Campos Neto ao Roda Viva repercute no mercado

Unsplash
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Por Machado da Costa

Na noite desta segunda-feira, a TV veiculou a aguardada entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Nela, a autoridade monetária defendeu a manutenção da meta de inflação, de 3,25%, para 2023, sob o argumento de que uma alteração poderia causar um efeito contrário ao desejado pelo Palácio do Planalto: elevar a taxa de juros de longo prazo. Ele também fez acenos políticos buscando construir uma ponte com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A seguir, as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.

DESTAQUES DO DIA

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a manutenção da meta de inflação para 2023, fixada em 3,25% e alvo de pressão política. A ideia do Palácio do Planalto é elevar para 4% esta meta, conforme relatado por fontes familiarizadas com o assunto ao Scoop by Mover. Contudo, Campos Neto advoga que uma alteração poderia minar a credibilidade da política monetária e impactar as expectativas futuras de inflação, o que produziria o efeito contrário. (Mover)

O mercado financeiro passou o dia esperando ansiosamente pela entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no “Roda Viva”, da TV Cultura. Mas foi para a ala política do governo que o banqueiro central dirigiu suas respostas. Para o investidor, as explicações devem vir hoje, na conferência organizada pelo BTG Pactual. (Mover)

Campos Neto questionou a afirmação de que a meta brasileira não é exequível. E lembrou que, em dezembro de 2022, o cenário base do Banco Central era de cumprimento da meta, sendo que a curva de juros contemplava a possibilidade de corte de juros em junho. “Era exequível, mas houve mudança de prêmio de risco, um ruído grande, em parte pela dúvida sobre qual será a meta”, afirmou. (Mover)

O presidente do BC reconheceu que houve um incômodo com a comunicação adotada no comunicado divulgado logo após a decisão do Comitê de Política Monetária, que veio em tom “mais alto do que o esperado” e que não teria levado em consideração o esforço fiscal que tem sido feito. Ontem, ele garantiu que esse incômodo “foi sanado”. “A gente reconhece o esforço fiscal do ministro Haddad”, afirmou. (Mover)

O deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara, disse que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP), recomendou calma em relação aos pedidos para que Campos Neto compareça ao Congresso para explicar o atual patamar da taxa de juros. Em reunião do Diretório Nacional realizada ontem em Brasília, o PT decidiu convocar Campos Neto. Contudo, ainda não há uma data para que isto ocorra. (Reuters)

ECONOMIA

O deputado Reginaldo Lopes (PT), coordenador do Grupo de Trabalho que discute a Reforma Tributária no Congresso Nacional, afirmou ao Scoop by Mover, que o GT deverá construir um texto com o que há de melhor das Propostas de Emenda à Constituição 45 e 110, que tratam de mudanças de tributos, e levar a plenário em, no máximo, 90 dias. Lopes deve marcar uma reunião na próxima quarta-feira para constituir um GT de cerca de 10 pessoas. “O GT ainda não foi constituído oficialmente. A nomeação deve ser amanhã. Se isso ocorrer, eu marco a reunião para quarta”, disse. (Scoop by Mover)

O Ministério da Fazenda finalizou e já encaminhou ao Palácio do Planalto as propostas que servirão de base para os reajustes da tabela do Imposto de Renda e do valor do salário mínimo. Há a expectativa de que o mínimo suba para R$1.320 e a faixa de isenção seja de até dois salários mínimos. A Fazenda também enviou para Lula o programa Desenrola, que promete ajudar famílias de baixa renda a diminuírem seu endividamento. (Mover)

O presidente Lula relançará, hoje, na Bahia, o programa Minha Casa Minha Vida com foco na volta da Faixa 1. Famílias com renda familiar de até R$2.640 voltarão a ter acesso às linhas de financiamento subsidiadas pelo Governo Federal. Este segmento vinha sendo desidratado desde 2016. (Folha)

O Tesouro Nacional tem travado uma queda de braço com o mercado por conta dos ruídos em torno da política monetária. Passadas seis semanas de leilões realizados pelo novo governo, a média de emissões está em R$17,5 bilhões, abaixo do necessário para manter intacto o colchão de liquidez. Mantido o ritmo, a rolagem cobriria apenas 55,2% da necessidade de financiamento do ano, segundo cálculos do Santander. (Valor)

POLÍTICA

A quebra automática de decisões em matéria tributária definida na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal continua a repercutir. Segundo advogados, disputas na Justiça devem ocorrer para definir quem pagará a conta de tributos não recolhidos desde 1997 em casos de fusões e aquisições. Com a decisão, muitos compradores de empresas agora possuem encargos que até então eram inexistentes e, logo, não especificados nos contratos. (Valor)

A participação do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em um almoço com membros da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo na tarde desta segunda-feira em São Paulo deixou os industriais com os ânimos mais calmos, disseram ao Scoop três participantes do encontro. “O saldo foi positivo. Ele admitiu que quer trabalhar com a indústria e não está nos tratando como inimigos, ele verbalizou explicitamente que vamos fazer juntos. Estamos do mesmo lado”, disse um deles. (Scoop by Mover)

Partidos da base aliada de Lula travam uma batalha com o PL, maior bancada da Câmara, pelas principais comissões da Casa Baixa, reproduzindo o embate eleitoral entre o petista e o ex-presidente Jair Bolsonaro. A Câmara tem 30 comissões e a definição deverá seguir um critério de proporcionalidade. O problema é que isso daria a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante, ao PL. Hoje, Arthur Lira tem reunião de líderes para tratar do assunto e diminuir o tom beligerante de alguns deputados. O encontro não tem horário definido, mas deverá ocorrer por volta do meio-dia. (Estadão)

AGENDA

-O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa do CEO Conference 2023, organizado pelo banco BTG Pactual. 9h45

-O presidente Luiz Inácio Lula da Silva relança o programa Minha Casa Minha Vida, na Bahia. 16h00

-O secretário especial de Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, participa do CEO Conference 2023, organizado pelo banco BTG Pactual. 16h00