Por Reuters
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que está em campanha para tentar retomar a Casa Branca em 2024, foi indiciado pela terceira vez em quatro meses nesta terça-feira (1º), desta vez por causa dos esforços para reverter os resultados da eleição presidencial de 2020.
As acusações decorrem das investigações feitas pelo procurador especial Jack Smith, de que Trump teria tentado reverter sua derrota eleitoral para o democrata e atual presidente, Joe Biden. O ex-mandatário lidera a corrida para a nomeação do Partido Republicano à Casa Branca em 2024.
Minutos antes do indiciamento, Trump postou em sua rede social Truth Social que já esperava um indiciamento. “Ouvi que o perturbado Jack Smith, para tentar interferir na eleição presidencial de 2024, fará outro indiciamento fake contra o presidente favorito de vocês”, escreveu.
Autoridades disseram que Trump as pressionou com base em alegações falsas de que fraudes eleitorais estavam ocorrendo. Os seguidores do presidente atacaram o Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021, em uma tentativa de impedir o Congresso de certificar a vitória de Biden.
Trump já havia se tornado o primeiro ex-presidente norte-americano a enfrentar acusações criminais. Ele acusa a promotoria de praticar uma “caça às bruxas” com objetivos políticos e afirmou ser inocente após um júri de Miami tê-lo acusado em junho de manter documentos secretos do governo consigo após deixar o cargo de presidente, em 2021, além de tentar obstruir a Justiça.
O republicano, que já tinha sido acusado de 37 crimes, chegou na quinta-feira passada a 40. Ele foi acusado, entre outras coisas, de pedir que seus funcionários deletassem vídeos de câmeras de segurança relacionados à retenção dos documentos secretos.
As primeiras acusações contra Trump ocorreram em março, quando um júri de Manhattan o indiciou. Ele se declarou inocente de 34 crimes por falsificar relatórios que provariam um pagamento à atriz pornô Stormy Daniels. O intuito do ex-presidente seria comprar seu silêncio, antes das eleições de 2016, sobre supostos encontros sexuais que ambos tiveram, algo que Trump nega.
O ex-presidente mostrou grande habilidade em se livrar de problemas legais, polêmicas e comportamentos pessoais que poderiam acabar com a carreira de outros políticos. Muitos republicanos continuam apoiando o ex-presidente e classificam as acusações contra ele de perseguição política.
DOCUMENTOS E OUTROS CASOS
No caso dos documentos, os promotores acusaram Trump de manter arquivos secretos sobre assuntos como o programa nuclear norte-americano e até possíveis vulnerabilidades locais de segurança. Quando o Departamento de Justiça pediu para que Trump devolvesse os documentos, ele perguntou a seus advogados — segundo a promotoria — se poderia mentir ao governo sobre a existência dos documentos.
Ele e seu assessor Walt Nauta foram acusados de mover caixas contendo os documentos em diferentes cômodos da sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida, para que os arquivos não pudessem ser encontrados.
Em 6 de janeiro de 2021, apoiadores de Trump usaram vários tipos de armas, incluindo sprays químicos e escudos, para forçar a retirada de parlamentares do Capitólio. Cinco pessoas morreram durante a invasão, e 140 policiais ficaram feridos. Antes do ataque, Trump fez um acalorado discurso perto da Casa Branca, inflamando os apoiadores a marcharem até o Capitólio e “lutar como nunca” para “parar o roubo” das eleições.
Como resultado, mais de mil pessoas foram acusadas de crimes, e algumas foram condenadas por conspiração.