Por: Sheyla Santos
Próximo de completar seis meses de mandato, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros têm se movimentado para atender às demandas do Centrão e ver, assim, suas medidas ganharem fôlego no Congresso.
Entre as pautas da semana, a articulação política continua em destaque. A substituição de Daniela Carneiro (UB), na pasta do Turismo, pelo deputado Celso Sabino (UB), já é dada nos bastidores como certa por contar com o apoio do presidente do União Brasil, Luciano Bivar. Além da oposição, Lula tem enfrentado o chamado “fogo amigo” de parlamentares da base, que têm se posicionado contra o governo nas votações.
No Congresso, o governo ainda encontra resistências. O arcabouço fiscal conta, até o momento, com 31 emendas no Senado. Os pedidos, em sua maioria, endurecem o texto e, caso sejam aceitos, teriam de retornar à Câmara dos Deputados e ir à votação antes de 31 de agosto, prazo em que a Lei Orçamentária Anual (LOA) precisa ser enviada ao Congresso.
Em paralelo à queda de braço na esfera legislativa, o governo movimenta-se para que Cristiano Zanin, advogado pessoal de Lula na Operação Lava Jato, ocupe uma vaga de ministro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. A indicação tem recebido críticas por conta da relação de proximidade entre os dois.
A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados. Para mais informações, siga a cobertura dos principais acontecimentos nos terminais Mover e TC Economatica.
MANCHETES DOS JORNAIS
Valor Econômico: População economicamente ativa cai e ‘distorce’ taxa de desemprego
O Estado de S. Paulo: Cenário externo ajuda e balança comercial pode bater recorde
O Globo: Governo precisa de mais R$110 bi em receitas para zerar déficit em 2024
Folha de S.Paulo: Brasil como potência passa por indígenas, afirma Von der Leyen
DESTAQUES DO DIA
O presidente Lula encontra-se, em Brasília, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Os dois deverão falar sobre compromissos ambientais e sobre o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participa de duas reuniões, na região da Faria Lima, com membros do chamado Conselhão para debater o Plano Plurianual Participativo.
O Supremo Tribunal Federal conclui hoje o julgamento que discute incidência de PIS/Cofins sobre receitas financeiras.
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ECONOMIA
Para zerar o déficit em 2024 e cumprir o arcabouço fiscal, a equipe econômica do governo Lula calcula que precisaria obter mais R$110 bilhões em arrecadação. Para recompor somente pisos de saúde, educação, investimentos e oferecer ganho real no salário mínimo estima-se que seriam necessários R$40 bilhões. A garantia dessas receitas, ainda não asseguradas, dependem do crivo do Congresso em medidas como a volta do critério de desempate favorável à Receita no âmbito do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). (O Globo)
A balança comercial brasileira poderá ter, em 2023, um superávit de US$70 bilhões no comércio do Brasil com o exterior e uma consequente melhora no ambiente interno, visto que as previsões de atividade mundial muito mais fraca não têm se confirmado. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, há sinais de desaceleração na atividade global, mas não um colapso, o que beneficiaria o Brasil. (Estadão)
De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), desde a última sexta-feira subiu de 30 para 31 o número de focos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) no país. No mesmo período, houve um aumento de 1.269 para 1.282 investigações realizadas. No entanto, o número de oito investigações realizadas permanece o mesmo. (Mover)
POLÍTICA
O modelo escolhido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, de votação da reforma tributária com a discussão do texto em plenário, é um rito inusual que dificultará a inserção de emendas ao texto do relator. Em geral, uma proposta de emenda constitucional (PEC) é aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois por uma comissão dedicada ao assunto que propõe emendas e vota um parecer. Na votação em plenário, é mais difícil inserir dispositivos porque as emendas precisam de maioria qualificada (3 ⁄ 5 dos deputados) para serem aprovadas. (Valor)
Luciano Cavalcante, ex-assessor de Arthur Lira, teria apoiado operacionalmente, em Maceió, segundo relatório da Polícia Federal, um casal suspeito de operar esquema de propinas envolvendo kits de robótica. Cavalcante, que foi exonerado da liderança do partido Progressistas em 2 de junho, emprestou ao casal um carro de alto padrão por cinco dias para que os dois se locomovessem na capital alagoana. (Estadão)
Na sexta-feira à noite, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos) irá ocupar no Congresso a vaga do deputado cassado Deltan Dallagnol. Hauly é um parlamentar experiente em sistema de impostos. (Valor)
AGENDA
O presidente Lula cumpre agendas no Palácio do Planalto. Às 10h, participa de cerimônia de lançamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Às 13h, recebe a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e em seguida faz uma declaração à imprensa.
Às 15h, o mandatário realiza reunião ministerial. Às 17h, reúne-se com o CEO da Telefónica S.A., José María Álvarez-Pallete López. Por fim, às 18h, recebe o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, participa, às 10h, de cerimônia de lançamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Às 11h30, recebe o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
Às 17h, Alckmin reúne-se com o presidente global de Proteção de Cultivos da Syngenta, Jeff Rowe. Às 18h, encontra-se com da Telefónica S.A., José María Álvarez-Pallete Lopes.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de cerimônia de lançamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, no Planalto, às 10h.
Na sede de sua pasta, o ministro recebe, às 11h, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, e às 14h, o governador do Ceará, Elmano de Freitas. Às 15h, Haddad comparece à reunião ministerial no Palácio do Planalto.
