Por Stéfanie Rigamonti e Sheyla Santos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), confirmou nesta quinta-feira que a tributação dos fundos exclusivos — que possuem um único ou um grupo restrito de cotistas — será discutida no segundo semestre. A fala aconteceu durante entrevista ao BandNews TV.
Haddad indicou ao longo de toda a entrevista que o governo está mirando os mais ricos do Brasil como forma de aumentar a arrecadação e corrigir o rombo nas contas públicas. “Como é que alguém tem a coragem de preferir cortar da saúde, da educação e do salário mínimo, ao invés de fazer com que, quem não paga, passe a pagar o que seria justo?”, questionou.
Apesar de ter dito, recentemente, que sem correção das distorções tributárias no Brasil a sociedade sofrerá com corte de programas sociais, Haddad disse hoje que o novo arcabouço fiscal garante a sustentação de recursos para a população mais pobre, amortecendo os solavancos econômicos sobre quem mais precisa. O ministro destacou, contudo, que depende dos parlamentares aprovarem medidas de correção de privilégios tributários.
“O Congresso Nacional vai dar a última palavra. Se ele não quiser que empresas bilionárias, listadas em bolsa, paguem um pouco a mais do que pagam hoje, ele vai ter que olhar para o outro lado e cortar na carne de quem não tem. De quem está no osso”, declarou.
Segundo Haddad, se as correções das distorções tributárias acontecerem, a população será beneficiada com o início do corte da taxa de juros.
“Se as contas públicas estiverem organizadas, não tem por que pagar juros tão altos”, afirmou. “Eu penso que está havendo uma convergência entre a política fiscal, que cuida das receitas e despesas, e a política monetária, que cuida da inflação e da trajetória da dívida pública”, completou.