Por Sheyla Santos
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta quarta-feira (19) que, do ponto de vista das variáveis macrofiscais, não há razão técnica para o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.
“Não há razão técnica para taxa de juros estar no patamar que ela está hoje” disse em entrevista coletiva de divulgação do Boletim Macrofiscal de julho, no qual o governo revisou para 2023 a projeção do Produto Interno Bruto (PIB), de 1,9% em maio para 2,5%, e reduziu, no mesmo período, a projeção de inflação, por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,58% para 4,85%.
De acordo com o chefe da SPE, o governo gasta hoje mais com os juros da dívida pública, que está atrelada à Selic, do que com os ministérios que têm orçamentos mais robustos — pastas da Saúde, Educação e Desenvolvimento Social.
Segundo Mello, a secretaria identificou que, nos meses de maio e junho, os efeitos da política monetária contracionista se apresentaram e causaram um “impacto significativo” tanto na atividade econômica como na arrecadação e no acesso das famílias ao crédito.
Ele esclareceu ainda que não tem a intenção nem a pretensão de criticar ou influenciar o Banco Central. “Nossa política monetária possui a maior taxa de juro real do mundo. É constatação”, finalizou.