Por: Sheyla Santos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, por ele, o governo não irá mais privatizar estatais e que vai lutar judicialmente pela proporcionalidade de votos no conselho da Eletrobras (ELET3)
“Nós [governo] não vamos ficar quietos, vamos brigar muito com isso”, disse sobre a Eletrobras, nesta quinta-feira, em lançamento de plenária do Plano Plurianual Participativo, na Bahia.
“O governo tem 43% de ações da Eletrobras, mas no conselho só tem direito a um voto. Nossos 40 só valem um”.
“A segunda sacanagem que fizeram [na privatização] é que se o governo quiser comprar de volta a Eletrobras, o governo brasileiro tem que pagar três vezes a oferta que foi feita pelo setor privado, ou seja, é a sacanagem para tentar evitar que o governo possa ser responsável por cuidar da energia que o povo tanto precisa.”
O mandatário criticou a privatização da companhia de energia pela gestão anterior. “O governo anterior queria o dinheiro para levar para o Tesouro para pagar juros da dívida interna dele”, afirmou. “Hoje nós não temos uma estatal e ainda estamos devendo muito.”
PETROBRAS
O presidente da República não poupou críticas à Petrobras (PETR4) ao pedir a participação da sociedade no PPA.
“Os diretores da Petrobras aumentaram seus salários de R$60 mil para R$360 mil, isso porque eles vão moralizar, e o governo não pode indicar um conselheiro”, afirmou.
“Eles querem que a gente fique quieto, nós não vamos ficar quietos. Nós vamos vender mais nada da Petrobras, o Correio não será vendido. Nós vamos tentar fazer com que a Petrobras possa ter a gasolina mais barata, o óleo diesel mais barato, que a gente possa a voltar a construir navio, voltar a fazer sonda, plataforma, que a gente possa recuperar o maior patrimônio que o povo brasileiro construiu. Coloca no orçamento”.
Ao falar sobre a participação popular na elaboração do Plano Plurianual Participativo, Lula mencionou ainda os Correios. “Participe, faça a sua proposta”, disse. “Você quer ou não quer privatizar os Correios? Você quer ou não quer trazer de volta a Eletrobras?”, indagou.