Para Silveira, queda das ações é ´marola´

Petrobras tem que ser ´mola propulsora´ da economia, diz ministro de Minas e Energia

Petrobras tem que ser ´mola propulsora´ da economia, diz ministro de Minas e Energia

São Paulo, 21/05/2024 – A Petrobras precisa atuar como uma “mola propulsora do desenvolvimento nacional”, e o governo do presidente Lula trabalhará “de mãos dadas” com a futura nova CEO da companhia, Magda Chambriard, com esse objetivo, defendeu hoje o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

As ações da Petrobras tiveram forte queda depois da decisão do governo federal de substituir o até então presidente da estatal, Jean Paul Prates, divulgada na noite de terça-feira passada. Hoje os papéis operam cerca de 10% abaixo do nível visto antes da mudança, mas Silveira disse não estar preocupado.

“Isso tudo que vemos em bolsa não me assusta, definitivamente. Me parece muito mais que é uma bolha, uma marola criada para poder beneficiar a especulação, do que propriamente alguma coisa com consistência”, disse Silveira, ao falar com jornalistas no Rio de Janeiro.

O ministro disse ainda que investimentos da Petrobras em fertilizantes,refino, e indústria naval, por exemplo, já estariam previstos no atual plano de negócios da empresa, mas precisam ser feitos “com a maior celeridade possível”.

“A Petrobras é uma empresa extremamente lucrativa, e vai continuar sendo uma empresa responsável com seus investimentos. O que ela precisa fazer é o outro lado, que está previsto na Lei das Estatais, que é servir como mola propulsora do desenvolvimento nacional”, defendeu Silveira a jornalistas.

O ministro ainda deu uma alfinetada indireta no ex-CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, ao dizer que algumas decisões do governo não são consensuais, mas mesmo assim precisam ser cumpridas.

Prates entrou em rota de conflito com Silveira e o presidente Lula depois que tornou pública sua discordância com decisão do conselho, apoiada pelo governo, de reter potenciais dividendos extraordinários da companhia, propondo distribuição de ao menos metade do valor que acabou bloqueado.

No final, o governo e conselho recuaram e decidiram pela distribuição de metade do valor, como proposto pela diretoria liderada por Prates, mas o episódio aumentou um desgaste que já vinha ameaçando o posto do executivo na Petrobras.