Reforma ministerial empacada começa a afetar andamento das pautas econômicas

Veja o que pode movimentar Brasília hoje

Agência Câmara
Agência Câmara

Por: Sheyla Santos

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não dá andamento à reforma ministerial que abre espaço para integrantes do Centrão embarcarem no primeiro escalão do governo, o Congresso não dá andamento às pautas econômicas que viabilizem a governabilidade e ajudem a cumprir a meta de zerar o déficit fiscal em 2024.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad — que criou atrito com Arthur Lira, presidente da Câmara, na semana passada, dizendo que a Casa não pode humilhar o Executivo e o Legislativo — o arcabouço fiscal será votado até o fim do mês.

Enquanto a reforma tributária não é votada no Senado, setores produtivos trabalham para abrir exceções e ter a menor alíquota. Segundo a Folha de S. Paulo, escritórios de advocacia começam a ver uma movimentação para antecipação de heranças e doações.

A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados.

MANCHETES DOS JORNAIS

Valor Econômico: Estados enfrentam aumentos de gastos em meio ao recuo da receita

O Estado de S. Paulo: STF decide que juízes  poderão julgar causas ligadas a parentes

O Globo: Trabalho quer novo imposto sindical três vezes maior que o extinto

Folha de S.Paulo: STF libera juiz para atuar em causa de escritório diferente

DESTAQUES DO DIA

O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegam a Joanesburgo, na África do Sul, para a cúpula dos BRICS, que será realizada de 22 a 24 de agosto.

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), participam de almoço seguido de debate, em São Paulo, como parte das ações do evento “Encontro Fiesp” sobre a reforma tributária.

ECONOMIA

O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, afirmou que a tributação de grandes fortunas não está na mesa para ser debatida. “Muitos indicadores mostram que taxar grandes fortunas não é eficiente”, disse o secretário, em entrevista à Revista Exame. (Mover)

Na mesma entrevista, Appy defendeu a tributação sobre o rendimento de offshore, que foi apensado à medida provisória que versa sobre o salário mínimo, e a taxação de fundos exclusivos. As duas tributações que incidem sobre a renda, e não sobre o patrimônio, têm enfrentado resistências de parlamentares no Congresso. (Mover)

Appy disse ainda que a ideia do governo é debater a reforma da tributação sobre a renda juntamente com a desoneração da folha de pagamentos. “Tem gente que propõe criar uma CPMF para desonerar a folha, e o governo não quer. Então, o que sobra de fato é a tributação da renda para poder fazer essa discussão conjunta com a tributação da folha”, afirmou.

POLÍTICA

O presidente Lula fica até, pelo menos quarta-feira, em Joanesburgo, na África do Sul, quando será realizado o segundo dia da cúpula dos BRICS, grupo que reúne o Brasil, a Rússia, a Índia, a China, e a África do Sul. Ele deverá visitar ainda Angola e participar da cúpula dos países de Língua Portuguesa, em São Tomé e Príncipe.  (Mover)

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido)  disse que a tributação dos chamados fundos exclusivos, que tem sido chamado de fundos dos super-ricos, e de offshores poderá gerar R$10 bilhões de receita para a União. “Estamos falando de uma tributação de 2.400 famílias que somadas têm quase R$1 trilhão em contas de offshores”, complementou. (Mover)

ESTATAIS

Ideia do senador Renan Calheiros (MDB), a criação da CPI da Braskem que jogaria luz sob as contas da Petrobrás deve esfriar por agora. Segundo o colunista Lauro Jardim, Calheiros recebeu o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na semana passada. No encontro, Prates teria sinalizado que reunirá esforços para resolver o impasse dos bairros atingidos em Alagoas.  (O Globo)

AGENDA

O presidente Lula chega, às 10h, a Joanesburgo, na África do Sul (+5 horas em relação ao horário de  Brasília).

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, não havia divulgado agenda pública até as 8h.

  O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), passa parte da manhã em deslocamento para Joanesburgo, África do Sul, em comitiva presidencial.