Por: Sheyla Santos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse ser urgente que os mais ricos paguem sua “justa cota de impostos”, que os integrantes do G20 discutam sobre a dívida crescente de países da África, Ásia e América Latina e que mobilizem recursos públicos e privados para uma economia global mais verde e sustentável. Ao se referir à economia brasileira, o ministro ainda afirmou ter colocado a “casa em ordem depois de alguns anos turbulentos”.
“Estabelecemos um novo arcabouço fiscal, estamos fazendo uma grande reforma tributária, avançamos em reformas estruturais, reduzimos o desmatamento, renovamos e expandimos programas sociais reconhecidos internacionalmente, como o Bolsa Família, e acabamos de lançar um ambicioso plano de transformação ecológica”, enumerou, nesta sexta-feira, aos integrantes do G20, em discurso realizado em Marrakesh, no Marrocos, complementando que o Brasil está pronto para se voltar aos desafios globais e promover um diálogo construtivo em direção ao multilateralismo do século XXI.
Haddad está no país participando da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Com esta viagem, que se encerra no sábado às 12h, o ministro formaliza o início da transição para assumir a presidência da trilha financeira do G20.
“Talvez digam que a agenda proposta pelo Brasil para o G20 é ambiciosa demais. Nós acreditamos que ela é realista e necessária. Estamos tratando das questões-chave do nosso tempo”, defendeu.
No encontro de hoje, o chefe da Fazenda elencou ainda as três prioridades anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Nova Délhi, para a presidência brasileira do G20 — inclusão social e combate à fome, foco na transição energética e no desenvolvimento sustentável e avanço na reforma de instituições de governança global.