Por Bruno Andrade
A defesa do senador Sérgio Moro (União Brasil) acusou de suspeição e parcialidade o juiz que o substituiu na 13º Vara da Justiça Federal de Curitiba, Eduardo Apoio. A defesa de Moro pediu a remoção de Appio, entre outros motivos, porque ele fez uma audiência para ouvir Rodrigo Tacla Duran, réu da Lava Jato. Há anos Duran há anos tem dito, sem provar, que sofreu tentativa de extorsão quando o Moro era o juiz do caso.
Os advogados de Moro querem que o juiz seja movido do caso por parcialidade por criticar a Lava Jato e seus integrantes. A audiência de ontem também serviu para colocar Moro na linha de tiro.
“Vossa Excelência realizou audiência cujo único propósito foi colher notícia crime “requentada” envolvendo parlamentares federais que atuaram no passado nos feitos da Lava Jato e em relação aos quais Vossa Excelência tem, reiteradamente, criticado em várias entrevistas na imprensa”.
Em entrevista ao UOL no final de fevereiro, Eduardo Appio disse que “o hábito de conversar secretamente por Telegram erodiram a credibilidade dos juízes e procuradores da Lava Jato”. Na visão da defesa de Moro, essa fala escancara a parcialidade de Appio.
Moro também negou que faria uso do foro privilegiado, pois os supostos atos teriam sido praticados na época que Moro era juíz, o que não configura a possibilidade de foro privilegiado.
“O Supremo Tribunal Federal não têm competência sobre crimes, ainda que falsos, praticados por juízes e procuradores de primeira instância. Logo, não há causa que justifique a competência da Suprema Corte”, concluiu.
Quanto à acusação de extorsão feita contra ele pelo advogado Rodrigo Tacla Duran, Moro disse que Duran peca por falta de credibilidade por já ter admitido ter lavado recursos ilegais para a construtora Odebrecht.
“Tacla Duran já foi acusado de ter atuado como profissional da lavagem de dinheiro para o Grupo Odebrecht em valores de centenas de milhões de reais, trabalhando para o já notório Departamento de Propinas do referido grupo. Após ter, inicialmente, negado o fato, posteriormente retratou-se e confessou”, afirmou a defesa de Moro.
Por fim, a defesa de Moro disse em documento, que o fato é meramente “fantasioso”. “Tais acusações têm sido feitas pelo referido criminoso desde 2017 sem, porém, serem suportadas de qualquer elemento probatório de corroboração, salvo 4 documentos inautênticos ou irrelevantes produzidos pelo próprio criminoso”, afirma o documento.
De acordo com o documento, um elemento apresentado é um depósito no exterior em favor do advogado Marlus Arns a título aparente de pagamento de honorários. Segundo a defesa do senador, Moro e sua esposa não mantêm qualquer relação social ou comercial com o advogado, o que, para eles, torna a possível prova irrelevante.
Veja o documento: