Por Reuters
Kyriakos Mitsotakis prometeu reconstruir a classificação de crédito da Grécia, criar empregos, aumentar os salários e elevar as receitas do Estado depois de assumir um segundo mandato como primeiro-ministro, nesta segunda-feira (26), após uma vitória eleitoral esmagadora.
Seu partido de centro-direita Nova Democracia obteve 158 assentos no Parlamento de 300 lugares na eleição repetida de domingo, bem à frente dos 48 garantidos pelo esquerdista Syriza, que governou a Grécia de 2015 a 2019 no auge da crise econômica de uma década.
“Eu me comprometi que neste segundo mandato realizaremos as grandes mudanças que o país tanto precisa”, disse Mitsotakis à presidente Katerina Sakellaropoulou após receber um mandato oficial para formar um governo.
O ex-banqueiro de 55 anos e descendente de uma poderosa família política foi primeiro-ministro de 2019 até deixar o cargo em favor de um primeiro-ministro interino após uma votação inconclusiva em 21 de maio.
Ele prometeu levar adiante as reformas para reconstruir a classificação de crédito após a crise da dívida, aumentar a receita da vital indústria do turismo e elevar os salários para perto da média da União Europeia.
O vice-presidente sênior da agência de classificação Moody’s, Steffen Dyck, disse que a vitória do Nova Democracia foi positiva para o crédito. Um segundo mandato de quatro anos sob Mitsotakis “assegurará a continuidade das políticas fiscais e econômicas. Em particular, o foco contínuo na melhoria do ambiente de negócios e da saúde do setor bancário”, afirmou ele.
Ele previu que a Grécia “registrará uma das maiores reduções de dívida globalmente”, com a carga da dívida geral do governo caindo para menos de 150% do PIB até 2025, ante 171,3% no final de 2022.
Mitsotakis anunciaria seu gabinete ainda nesta segunda. Uma fonte com conhecimento do assunto disse à Reuters que ele nomeará Kostis Hatzidakis como seu ministro das Finanças.
Hatzidakis, um político de 58 anos, é o vice-presidente do Nova Democracia. Ele atuou como ministro do Trabalho e Energia no governo anterior, supervisionando a reestruturação da maior concessionária de energia da Grécia, a PPC, que vinha lutando com contas atrasadas, legado da crise da dívida.
Embora a pandemia de Covid-19 e um acidente ferroviário exponham as deficiências nos sistemas de saúde e transporte público, o aumento dos preços e as dificuldades econômicas lideraram as preocupações dos eleitores mais recentemente.
A votação de domingo foi uma pesada derrota para o partido Syriza, de Alexis Tsipras, que perdeu mais de 30 parlamentares. “Dominância absoluta de Mitsotakis, sem oponente”, escreveu o jornal grego Ta Nea em sua primeira página.
A votação também viu três partidos de extrema direita e nacionalistas, incluindo o anti-imigrantes ‘Spartans’, entrarem no Parlamento com um total de 34 assentos.