Ministro diz que não haverá mudanças em Ministério da Saúde e retoma críticas ao BC

"Juro está asfixiando a economia", afirmou Pimenta

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Por Sheyla Santos

O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta (PT), disse nesta segunda-feira (19) que “com certeza” não haverá a troca da ministra Nísia Trindade no Ministério da Saúde. “Não vejo um movimento político que pudesse levar a mudanças. Não pretendemos fazer nenhuma mudança no Ministério da Saúde”, afirmou Pimenta em entrevista há pouco à GloboNews.

O robusto orçamento da pasta é alvo de disputa por partidos do Centrão e para ser usado como moeda de troca em apoio ao governo nas votações no Congresso. Nísia é doutora em Sociologia e não tem formação na área da Saúde, porém, seu papel de destaque desempenhado na presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) durante a pandemia agrada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que será realizada amanhã (20) e na quarta-feira (21), Pimenta criticou o atual patamar da taxa Selic. “O juro real está asfixiando a economia brasileira. Não é só o Lula pedindo a queda dos juros ao BC, é o setor produtivo”, afirmou. “Do nosso ponto de vista, permanece insustentável essa questão do BC”.

Já sobre o futuro do Ministério do Turismo, atualmente comandado por Daniela Carneiro (UB), o tom do chefe da Secom foi outro. Ele confirmou que o deputado Celso Sabino (UB), alçado como principal nome a assumir a pasta, participou de agenda com Lula no Pará no final de semana e disse que o tema será definido na volta da viagem internacional que o presidente fará à Europa.

Pimenta ainda minimizou as críticas que Lula tem recebido por viajar demais ao exterior, afirmando que o presidente também viaja internamente e que tem exigido uma maior presença dos ministros na articulação com os estados e o Congresso.

“A gente deve valorizar esse protagonismo e tudo o que Lula representa no cenário da geopolítica internacional. Os ministros indo aos estados vai ser uma dinâmica cada vez mais presente”, acrescentou.