Por Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou nesta quinta-feira a expansão do Brics — formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — após a formalização dos convites para que Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã se juntem ao bloco no ano que vem.
Em declaração à imprensa durante reunião de cúpula do Brics, em Johanesburgo, na África do Sul, Lula também disse que o bloco criou um grupo de trabalho para estudar a adoção de uma moeda de referência para as transações entre os países do bloco, medida que vem sendo defendida com frequência pelo presidente brasileiro.
“Neste mundo em transição, o Brics nos oferece uma fonte de soluções criativas para os desafios que enfrentamos. A relevância do Brics é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento. Entre os vários resultados da cúpula de hoje, ressalto a ampliação do Brics, com a inclusão de novos membros”, disse.
“Como indicou o presidente (da África do Sul Cyril) Ramaphosa, é com satisfação que o Brasil dá as boas-vindas aos Brics a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.”
Lula sinalizou ainda que o Brics pode se ampliar ainda mais, em um momento em que o grupo busca se afirmar como um bloco representante do “Sul Global”.
“O Brics continuará aberto a novos candidatos e, para isso, aprovamos também critérios e procedimentos para futuras adesões”, disse.
Durante o encontro dos líderes dos países do Brics, também ficou definido que será estudada a adoção de uma moeda de referência para as transações entre os membros. Lula tem advogado o comércio em moedas alternativas ao dólar, citando por exemplo o caso da Argentina, importante parceiro comercial do Brasil e que tem enfrentado dificuldades em acessar a moeda norte-americana.
“Aprovamos ainda a criação de um grupo de trabalho para estudar a adoção de uma moeda de referência do Brics. Essa medida poderá aumentar nossas opções de pagamento e reduzir nossas vulnerabilidades”, defendeu.
Lula disse ainda que as promessas da globalização não foram cumpridas e que é hora de revitalizar a cooperação entre os países em desenvolvimento, pois há o risco de uma guerra nuclear.
“A democracia, em vários lugares, se vê ameaçada pelo extremismo ou corroída pela xenofobia. E estamos, mais uma vez na história, sob o risco de uma guerra nuclear. O mundo andou para trás”, argumentou o presidente.
“Por fim, dedico uma mensagem especial ao querido Alberto Fernández, presidente da Argentina e grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento. Continuaremos avançando lado a lado com nossos irmãos argentinos em mais um foro internacional.”