São Paulo, 05/02/2025 – O presidente Lula não pretende mudar o comando do Ministério de Minas e Energia, hoje sob responsabilidade de Alexandre Silveira (PSD-MG), de acordo com entrevista do chefe do Executivo a rádios de Minas Gerais nesta quarta-feira.
A afirmação de Lula vem em meio a especulações sobre uma possível substituição de Silveira, que segundo notícias na mídia nesta semana poderia dar lugar ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em uma reforma ministerial.
“O Alexandre Silveira é um ministro excepcional, excepcional. Acho que poucas vezes o Ministério de Minas e Energia teve um ministro da competência, da vontade de brigar, da vontade de lutar, e com o interesse em Minas Gerais que tem o Silveira”, disse Lula, ao ser questionado sobre a pasta.
“Ele será mantido ministro, não há porque mexer em uma coisa que está fazendo uma revolução no setor energético brasileiro, e no setor de minas deste país”, disse Lula.
À frente do ministério que em gestões anteriores do PT foi praticamente um “feudo” do MDB, Silveira apoiou firmemente agendas de Lula, como a pressão judicial e política para aumentar a participação do governo em decisões da Eletrobras depois da privatização, além de disputa para tentar emplacar nomes próximos ao Planalto na mineradora Vale. Ele também apoiou política da Petrobras para “abrasileirar” preços dos combustíveis, outra bandeira cara ao presidente.
Silveira também tem prometido um projeto para reforma da regulamentação do setor elétrico, que segundo ele seria enviado ao Congresso ainda em 2024, mas a agenda não avançou ainda, e aguarda uma “janela política”, segundo fontes. A proposta não foi incluída pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em um compilado de prioridades do governo no Congresso.
Sobre Pacheco, Lula disse que tem buscado convencer o senador a concorrer ao governo de Minas Gerais com apoio do Planalto, o que qualificou como “um sonho”.
CEMIG
Lula também foi questionado sobre a possibilidade de federalização da estatal mineira Cemig para abatimento de dívidas de Minas Gerais com a União, após aprovação no Congresso de um projeto sobre dívidas dos Estados que permite essa possibilidade.
O governador Zema, no entanto, já disse que mantém planos de privatizar a Cemig, o que poderia acontecer antes da federalização– dessa forma, o Estado passaria à União participação acionária em uma empresa privada.
“Você acha que eu vou assumir a responsabilidade de adquirir a Cemig para privatizá-la? Se é para privatizá-la, que Minas Gerais a venda, pague o governo (a dívida), e depois desprivatiza”, disse Lula na entrevista.
Ele destacou que o projeto sobre renegociação de dívidas estaduais com a União aprovado no Congresso permite ao governo federal escolher quais ativos desejaria trocar por abatimento de dívida. “O governo tem direito de aceitar ou não a contrapartida de uma empresa”, afirmou.
O ministro Silveira já chegou a afirmar que uma privatização da Cemig seria “um crime contra a democracia”.