Lula indica que pode voltar com política de incentivo a linha branca

Lula não criticou o atual nível da taxa básica de juros

Agência Brasil
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Por: Simone Kafruni

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou nesta quarta-feira que poderá voltar a promover uma política de incentivo à linha branca. “Falei para o Alckmin: ‘Que tal a gente fazer uma abertura com a linha branca outra vez e facilitar a compra de televisão, geladeira, máquina de lavar roupa?’. As pessoas precisam trocar seus utensílios domésticos”, disse Lula, durante discurso na cerimônia de reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), em Brasília.

O presidente se dirigiu ao ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e também vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), com a sugestão, após ressaltar o sucesso do programa automotivo, que em poucas semanas garantiu a venda de carros populares zero quilômetro com descontos por meio de créditos tributários.

Contrariando o que tem feito sistematicamente, no discurso durante evento do CCT, Lula não criticou o atual nível da taxa básica de juros, a Selic, de 13,75% ao ano. “Hoje não vou falar mal da taxa de juros, nem vou falar mal de ninguém”, destacou.

Porém, reiterou que dinheiro não é para ficar no banco “ou na mão de meia dúzia”, e assinalou que fundos de investimentos criados pelo Congresso não podem ser guardados para fazer superávit primário. “Eu já pedi um levantamento sobre todos os fundos que existem no Brasil. Devem ser utilizados para investir em áreas específicas”, destacou.

Antes de ler o discurso preparado para o evento de Ciência e Tecnologia, Lula ainda afirmou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve vir acompanhado de distribuição da riqueza. “Não adianta ficar olhando o PIB se ele não é distribuído”, disse.

O presidente destacou que, nos próximos dias, o programa de refinanciamento de dívidas Desenrola será “definitivamente anunciado”. Lula também lembrou que não abrirá mão das compras governamentais no acordo entre Mercado Comum do Sul (Mercosul) e União Europeia e chamou a atenção para a oportunidade que a transição energética representa para o Brasil.