Lula diz que retirada da contribuição sindical é crime e defende mudança tributária

Presidente voltou a prometer isenção de imposto para trabalhadores com salário de até R$5 mil

Agência Brasil
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Por Simone Kafruni

Brasília, 18/1/2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a retirada da contribuição sindical foi um crime e defendeu mudanças tributárias, pedindo aos sindicalistas reunidos no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira, apoio para votar a Reforma Tributária ainda no primeiro semestre.

“Tirar dos sindicatos o direito de decidir sobre contribuição é um crime”, afirmou. O presidente defendeu que a estrutura sindical deve se modernizar, com financiamento, e que o governo vai trabalhar junto com as centrais sindicais para construir o novo modelo.

Em seu discurso, Lula reiterou a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de que a Reforma Tributária precisa ser aprovada no primeiro semestre. “Vamos diminuir imposto para os pobres e aumentar para os ricos”, afirmou, prometendo isentar trabalhadores com salário de até R$5 mil. “Vou brigar por isso.”

O presidente defendeu o aumento do salário mínimo de acordo com o crescimento da economia. No seu pronunciamento, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), garantiu que foi criado um Grupo de Trabalho para construir a política de valorização do salário mínimo e outro para regular o trabalho em aplicativos, como antecipou o Scoop nesta semana.

Lula e Marinho asseguraram aos sindicalistas que outro GT vai construir a nova estrutura sindical. Os dirigentes foram à reunião com o presidente dispostos a buscar uma nova fonte de financiamento para os sindicatos, uma vez que o imposto sindical obrigatório foi revogado em 2017.

Vários presidentes das principais centrais sindicais do país falaram no evento, defendendo, além da fonte de financiamento, um salário mínimo de R$1.343,00, a revogação das Reformas Trabalhista e da Previdência, a paridade com o Sistema S, a igualdade salarial entre homens e mulheres, e o maior diálogo entre o Ministério do Trabalho e os sindicatos.