Lula diz que Fazenda quer dinheiro no Tesouro e Presidência em obras

Lula reiterou que “possivelmente” o país chegará a 2 milhões de novos postos de trabalho formais

Agência Brasil
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Por: Simone Kafruni e Sheyla Santos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou claro nesta sexta-feira que a disputa em torno da meta fiscal entre a ala política do governo e a equipe econômica já tem vencedores e derrotados e que o déficit zero em 2024 deve ficar só na promessa.

Enquanto o time comandado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), busca aumentar a arrecadação para tentar se aproximar do déficit zero prometido, os ministros políticos, encabeçados pelo próprio presidente Lula, buscam alterar a meta para garantir uma folga e gastar mais.

“Para quem está na Fazenda, dinheiro bom é no Tesouro. Para quem está na Presidência, dinheiro bom é transformado em obras, estradas, escolas e saúde”, afirmou Lula no início da reunião ministerial com as equipes das pastas de infraestrutura, no Palácio do Planalto.

“Por isso que o Haddad está aqui. A gente não pode deixar sobrar dinheiro previsto para ser investido nos ministérios. Se o dinheiro estiver circulando e gerando emprego, é tudo o que um político quer, que um presidente deseja”, afirmou.

Não à toa, o ministro da Fazenda vem se esquivando de responder a jornalistas qualquer pergunta sobre a mudança na meta fiscal. Haddad já perdeu essa briga.Como a Mover antecipou, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2024, deputado Danilo Forte (UB), foi consultado sobre a data-limite para mudança na meta fiscal – na semana que vem, a Comissão Mista de Orçamento se reúne para ler o relatório de Forte.

INFRAESTRUTURA

Para colocar o plano de investimentos em prática, Lula convocou os ministros de infraestrutura para fazer um balanço. O presidente sancionou ontem a lei que permite a retomada de obras paralisadas na área da saúde. “A partir do ano que vem, vou dedicar o ano para viajar o Brasil e visitar todas as obras. O objetivo é criar emprego no país”, destacou.

Lula reiterou que “possivelmente” o país chegará a 2 milhões de novos postos de trabalho formais criados neste ano. “Já atingimos 1,6 milhão. Queremos emprego de qualidade e melhor salário, com carteira assinada para que os trabalhadores tenham seguridade social”, disse.

O presidente prometeu mais reuniões ministeriais até o fim do ano. “Essa é a primeira de uma série de três reuniões. Depois farei com ministérios de serviços e depois da área social. Vamos fazer um balanço sobre o que foi importante e o que não foi. Toda e qualquer falha que tenha percebido no primeiro ano não poderá se repetir no segundo.”

(SK + SS | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)