Lula defende uso do BNDES para financiar gasoduto e exportações para a Argentina

O presidente também apoiou a criação de uma moeda comum com o país vizinho

Agência Brasil
Agência Brasil

Por Stéfanie Rigamonti

São Paulo, 23/1/2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje, após encontro com o mandatário argentino, Alberto Fernández, em Buenos Aires, que fará o máximo possível para usar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para financiar as exportações entre países da América do Sul.

Lula defendeu que países mais desenvolvidos financiem aqueles que têm menos condições, e disse que é preciso retomar o papel que o BNDES assumiu em governos passados petistas. “O BNDES é grande”, argumentou.

O petista também afirmou que o Brasil criará condições para financiar o que for possível para ajudar o gasoduto argentino. “É preciso um salto nas relações econômicas e financeiras do Brasil com a Argentina”, defendeu.

O presidente brasileiro também criticou a devolução de dinheiro do BNDES ao Tesouro Nacional, fazendo referência a uma época em que os cofres públicos injetavam dinheiro no banco para financiar empresas com taxas bem mais baixas. “Esse dinheiro poderia ter sido investido em infraestrutura”, disse.

Férnandez, por sua vez, afirmou que o Brasil e a Argentina têm sintonia no entendimento do papel dos bancos públicos para o desenvolvimento dos países. “Nós, argentinos, temos inveja do BNDES; ele é uma ferramenta de crescimento”, disse.

MOEDA COMUM

Questionado sobre rumores de criação de uma moeda comum para negociações entre Brasil e Argentina, Lula defendeu que a equipe econômica de ambos os países enviem propostas, a fim de reduzir a dependência na América Latina do dólar americano para comércio exterior. Lula disse que os bancos centrais dos dois países podem fixar uma moeda para melhorar as relações econômicas de Argentina e Brasil.

Lula está na Argentina para a assinatura de acordos diplomáticos e para a realização de uma série de reuniões bilaterais, não só com o congênere local, mas também com outras lideranças latino-americanas, como Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, e Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina.