Por Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que as negociações sobre a reforma ministerial em seu governo têm o objetivo de construir uma maioria no Congresso que dê tranquilidade para o Executivo aprovar suas propostas e não permitir a passagem de medidas “indigestas”.
Durante live semanal em suas redes sociais, Lula ainda afirmou que não é fácil realizar trocas em ministérios em prol de acordos com partidos, mas defendeu que o procedimento faz parte da política.
“Nós precisamos construir uma maioria para dar tranquilidade ao governo nas mudanças que nós precisamos fazer para aprovar determinadas coisas e para não permitir que coisas que sejam indigestas sejam aprovadas”, disse Lula.
“É sempre muito difícil você chamar alguém para dizer: ‘olha, eu vou precisar do ministério porque eu fiz um acordo com um partido político e preciso atender’. Mas essa é a política.”
O presidente destacou que o governo tem medidas importantes que deseja aprovar no Congresso, mas que os parlamentares não são obrigados a votar com o Executivo, o que justificaria a realização de discussões e acordos políticos.
Nós últimos meses, o governo tem negociado a entrada de novos partidos na Esplanada para ampliar sua base de apoio no Congresso, após ser criticado por líderes do Legislativo pela falta de articulação política na tramitação de determinadas matérias, como a medida provisória que ampliou o número de ministérios.
De acordo com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula já teria aprovados os nomes dos deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) como indicados, faltando definir para quais pastas ambos irão.
Padilha disse em agosto que a expectativa do governo é de que a entrada dos dois parlamentares reforce o apoio de suas respectivas legendas no Congresso.
Fontes do governo já relataram à Reuters que Lula tem se encontrado com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para definir as pastas que serão entregues na reforma, com o Ministério do Desenvolvimento Social, o Ministério de Portos e Aeroportos e o Ministério do Esporte, além da Caixa Econômica Federal, podendo ser entregues pelo governo.
No início de agosto, Lula oficializou o deputado federal Celso Sabino (União-PA) no lugar de Daniela Carneiro no Ministério do Turismo. O União Brasil pedia a troca no cargo por não identificá-la como uma indicação partidária.