Por Stéfanie Rigamonti e Sheyla Santos
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou na manhã desta quinta-feira que ouviu de líderes do Congresso que há ambiente político hoje para aprovar a proposta do novo arcabouço fiscal com celeridade.
Em frente ao Ministério da Fazenda, Padilha disse a jornalistas, contudo, que não há uma data definida para a entrega do texto ao Congresso. “Vai ser na volta da China”, disse o ministro, em referência à viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Haddad ao país asiático no fim de semana. A previsão de volta da comitiva brasileira é em 1 de abril.
Segundo Padilha, há um clima muito favorável entre os presidentes das duas casas legislativas em relação ao marco fiscal. “O ambiente é extremamente positivo para que a gente possa garantir a votação”, declarou. Segundo ele, Haddad está comandando o andamento do novo marco fiscal, e cumpriu as recomendações do presidente Lula de consultar políticos e economistas sobre as novas regras.
Padilha descartou qualquer dificuldade da base do governo no Congresso, que, segundo ele, “ficou nítida” quando o PT conseguiu o comando das principais comissões da Câmara dos Deputados. Padilha também voltou a dizer que o governo conseguiu aprovar tudo o que queria com os parlamentares.
Sobre a decisão de ontem do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 13,75% – a autarquia citou as incertezas sobre o novo arcabouço fiscal e o que isso representa para a trajetória da dívida pública –, Padilha afirmou que o atraso na entrega da proposta, que Haddad havia prometido enviar nesta semana, “certamente” não foi o que definiu a decisão do Copom. O ministro também voltou a criticar o patamar elevado da Selic, e afirmou que a taxa de juros brasileira é desproporcional em relação ao resto do mundo.