Líder do PT diz que buscará acelerar votação do arcabouço

Político disse que partido não abre mão de taxar bilionários

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Por: Sheyla Santos

O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT), afirmou nesta terça-feira que irá se reunir com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP), para tentar acelerar a votação do arcabouço fiscal.

O marco fiscal irá substituir o atual teto de gastos e limitar o crescimento das despesas a 70% do crescimento da receita primária, acumulada em 12 meses até o mês de junho do ano anterior. O texto foi aprovado no Senado ainda em julho, mas as mudanças precisam ser chanceladas pela Câmara. 

Segundo Lira, o arcabouço deverá ser votado até 31 de agosto – um prazo considerado muito longo pelo Palácio do Planalto. 

O mês de agosto é decisivo para o alinhamento das pautas econômicas do governo que dependem de aprovação no Congresso Nacional. Enquanto o Palácio do Planalto tenta acelerar a reforma ministerial, agregando os partidos Progressistas e Republicanos à base, a equipe econômica tem até o fim deste mês para aprovar o arcabouço fiscal e enviar a peça orçamentária do ano que vem à luz da nova regra. 

Segundo Zeca Dirceu, para facilitar a tramitação das prioridades do governo, a bancada da sigla considera, em um primeiro momento, abrir mão de tributar os milionários brasileiros. O adiamento, segundo ele, não se aplicará aos bilionários.

“Nós estamos falando de 1% que concentra 50%, 60% por cento da renda do país”, disse o líder após participar do encontro dos parlamentares do partido com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) para alinhar as pautas do segundo semestre. 

“A bancada abre mão de não taxar agora os ricos, os milionários. Agora a bancada não pode abrir mão; o país não pode abrir mão, de pelo menos, taxar mais os bilionários”, complementou.

O líder ressaltou que o relacionamento dos deputados petistas com o chefe da Fazenda melhorou depois do que ele chamou de um curto-circuito ou outro no primeiro semestre, em referência aos embates durante a aprovação do marco fiscal na Câmara. 

“A gente saiu daqui [hoje] unido, muito animado. No primeiro semestre, a gente teve um curto-circuito ou outro que agora já está superado. A bancada, eu posso dizer que 100% dela, está em sintonia com o pensamento do ministro”, explicou.