Por: Bruna Narcizo
Industriais que participaram do almoço com Fernando Haddad, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, nesta segunda-feira, disseram que o atual ministro parece estar limitado, com pouca autonomia e sem poder de intereferência em temas que estejam fora do Ministério da Fazenda.
A comparação foi feita com seu antecessor, o ex-ministro Paulo Guedes. “O ministério de Guedes foi fatiado em cinco pastas diferentes no governo Lula. Haddad, por exemplo, não pode falar nada sobre BNDES”, disse um dos participantes, que pediu anonimato para falar livremente sobre o encontro.
Segundo outra pessoa, que também solicitou que seu nome fosse mantido em sigilo, Haddad aprendeu na primeira semana de governo que vai ter que seguir a cartilha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Após ser desmentido pelo presidente com relação aos impostos dos combustíveis, dificilmente o Haddad vai dar alguma declaração polêmica”, disse essa pessoa.
Outro participante chamou a fala do ministro de superficial. “Ele sabe que tem limitações. O Guedes tinha um presidente que não entendia nada. O Lula sabe mais como a coisa funciona, mas ele sabe o que ele quer. O Haddad será um instrumento da política econômica que o Lula quer.”
Haddad falou sobre temas caros aos industriais, como os juros bancários, e reforçou a prioridade da Reforma Tributária. Mas evitou entrar em temas mais espinhosos e afirmou “não ter o que declarar” quando questionado sobre a desoneração dos combustíveis.
Após o encontro na Fiesp, que foi aberto para a imprensa, o ministro participou de um almoço na entidade, apenas para membros.
“Durante o almoço ele não falou mais nada de relevante. Apenas trocou cartões e posou para fotos com quem pediu”, disse outro industrial.