Haddad pressiona Copom após nota da Fitch

Ministro disse que busca Selic abaixo dos 12% até o do ano

Agência Brasil
Agência Brasil

Por: Sheyla Santos

Depois de comemorar a elevação da nota de crédito do Brasil de BB- para BB, pela agência de risco Fitch, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), requereu um ritmo mais rápido de corte da taxa básica de juros, a Selic. Ele espera que ao fim do ano, a taxa esteja abaixo de 12%, o que requer ao menos quatro cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões que restam no ano.

De acordo com o ministro, se não acontecer nada no próximo Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá o patamar da taxa no dia 2 de agosto, o mundo será surpreendido. “Pode começar a erodir o trabalho que a Fazenda tem feito. A Fazenda vai estar remando na direção do equilíbrio e o monetário, contra”, finalizou.

Ele preferiu não apontar uma previsão de corte, mas ressaltou que “70% do mercado está precificando uma queda de 0,5% nos juros”.

A seguir, confira as notícias do mundo político que podem ter algum impacto hoje nos mercados.

MANCHETES DOS JORNAIS

Valor Econômico: Agência de risco Fitch eleva rating soberano brasileiro

O Estado de S. Paulo: Nota sobe, mas Brasil precisa de reformas, dizem analistas

O Globo: Avanço de reformas eleva nota de crédito do Brasil

Folha de S.Paulo: Agência que avalia risco cita reformas e melhora nota do Brasil

DESTAQUES DO DIA

Lula se reúne com ministros, presidentes da Caixa e do Banco do Brasil.

Ministério do Trabalho divulga dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados ( Caged) relativo ao mês de junho.

Fazenda divulga o resultado do Tesouro Nacional referente ao mês de junho .

ECONOMIA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a taxação de fundos exclusivos ainda não pode ser considerada a chamada segunda fase da reforma tributária, que incidirá sobre a tributação do patrimônio e da renda. Segundo ele, trata-se de uma “recomposição da base fiscal”.

De acordo com o ministro, a Fazenda está trabalhando com um universo de 2.400 fundos, que envolvem um patrimônio de R$800 bilhões. O chefe da pasta falou ainda a respeito da tributação sobre heranças, ressaltando que a alíquota proposta de 4% é “uma das menores do mundo” e as pessoas fazem planejamento tributário para evitar pagar impostos. (Mover)

O ministro afirmou que a tributação das offshores, em andamento no Congresso, foi tema amplamente debatido no sistema financeiro. Ele ainda disse que o governo acolheu 19 sugestões sobre o assunto, principalmente, para evitar litigiosidade. (Mover)

O governo anunciou que o economista Marcio Pochmann (PT) será o novo presidente do IBGE. A data de posse de Pochmann ainda não foi definida. O anúncio foi feito após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro afirmou que a decisão não teve resistência dentro do governo. Segundo informações do blog da Natuza Nery, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), não foi informada previamente sobre a troca, mesmo o IBGE sendo ligado à sua pasta. (G1)

POLÍTICA

O presidente Lula suspendeu a agenda pública e se submeteu a um procedimento médico, no Hospital Sírio Libanês, em Brasília, no quadril direito, em razão das dores provocadas por uma artrose no fêmur direito. A previsão é de que o mandatário realize uma cirurgia de artroplastia de quadril em outubro.

A ministra Simone Tebet afirmou em entrevista à jornalista Miriam Leitão que o centro democrático não pode “dormir no ponto”, ao se referir às eleições de 2024. A ministra ressaltou ainda que a frente ampla que compõe o governo Lula 3 poderá se unir novamente em 2024.

Segundo Tebet, em municípios de porte médio e sem segundo turno, a extrema direita poderá levar o pleito com 25% ou 30% dos votos. (G1)

ESTATAIS

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse que o governo trabalha em um plano legal para que o Banco do Nordeste (BNB) possa abrir financiamento para os estados da região. “O presidente Lula quer que o BNB bata todos os recordes de investimento para pequeno e micro crédito, mas também para grandes projetos”, afirmou.

O chefe da Casa Civil também defendeu tratamento diferenciado na Reforma Tributária para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com objetivo de corrigir distorções históricas. “Faço um convite aqui para que os governadores mobilizem suas bancadas e estejam presentes no Congresso Nacional nos temas relevantes da reforma”, convocou. (Mover)

Costa também falou sobre a Margem Equatorial, que vai do Amapá até a bacia do Rio Grande do Norte. “Ali acena-se a possibilidade de um novo reservatório de óleo e gás para o Brasil. A Petrobras está planejando seus investimentos também na bacia de Sergipe”, destacou.

AGENDA

O presidente Lula cumpre agendas no Palácio da Alvorada. Às 9h, encontra-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Às 10h, recebe o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Às 16h, reúne-se com os ministros da Casa Civil, Rui Costa e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, cumpre agendas em Vitória (ES). Às 10h, encontra-se com o governador do Espírito Santo e representantes do Fórum de Entidades e Federações (FEF), Renato Casagrande.

Às 11h, participa do embarque da primeira remessa de Lítio Carbono Zero. Às 11h45, comparece à cerimônia 65 anos da Federação das Indústrias do Espírito Santo (FINDES).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), cumpre agendas na sede da pasta. Às 10h, reuniram-se com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Às 10h30, encontra-se com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Às 15h, reúne-se com o presidente-executivo da Associação Brasileiras das Companhias Abertas (ABRASCA), Pablo Cesário.