Haddad esvazia agenda prevista em meio a discussões sobre novo arcabouço fiscal

Divulgação sobre novo marco fiscal foi adiada

Agência Brasil
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Por Stéfanie Rigamonti

Depois de receber orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sexta-feira com relação ao andamento da proposta de novo arcabouço fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), limpou sua agenda política prevista para esta segunda-feira.

As reuniões marcadas com o ministro Paulo Teixeira (PT), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, que ocorreria às 10h00, com o diretor-presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, que aconteceria às 14h00, e com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, que seria às 15h00, foram canceladas nesta manhã.

Uma reunião da Junta Orçamentária com Haddad e os outros ministros da área econômica – Geraldo Alckmin (PSB), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Simone Tebet (MDB), do Planejamento e Orçamento; e Esther Dweck (PT), da Gestão e da Inovação – está prevista para ocorrer amanhã, disse a assessoria da Casa Civil.

Na sexta-feira, havia a expectativa de que o governo apresentaria as novas regras fiscais após reunião de ministros da área econômica com o presidente Lula, mas a divulgação da proposta foi adiada.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, durante a reunião, Lula teria pedido que Haddad ampliasse as conversas no ambiente político e com economistas sobre o arcabouço fiscal, e recomendou que o Tesouro faça cálculos sobre o impacto de cada um dos pontos da proposta. O presidente também teria pedido mais detalhes e simulações de cenários de um Brasil restringido pelas novas regras que substituirão o Teto de Gastos.

A ala política do PT pressiona por expansão das despesas públicas, em meio a projeções de desaceleração econômica neste ano, inclusive do próprio Ministério da Fazenda. No fim de semana, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse em uma publicação no Twitter que, se for verdade que a economia crescerá menos, é preciso que o governo aumente os investimentos públicos e que não represe nenhuma aplicação social. “Em momentos assim, a política fiscal tem de ser contracíclica, expansionista”, escreveu na rede social.