Haddad diz que 2024 será "desafiador", mas que queda na Selic dá "alento"

Ministro da Fazenda comemorou queda da taxa básica de juros

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Por Sheyla Santos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou a jornalistas há pouco que, apesar de 2024 ser desafiador para a política econômica, a redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, para 13,25% ao ano, anunciada nesta quarta-feira (2) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, dá um alento.

“Não é hora de baixar a guarda”, disse Haddad na sede da pasta, pouco depois da divulgação do comunicado do BC.

Apesar de se dizer otimista após a decisão do Copom, o ministro ressaltou que a Fazenda ainda terá que trabalhar uma série de medidas tanto no Congresso quanto no Judiciário, e defendeu, mais uma vez, a harmonização das políticas fiscal e monetária. Segundo o chefe da Fazenda, a redução na taxa de juros anunciada hoje irá “ajudar muito” nas expectativas, e melhorar a percepção do país ao olhar de investidores estrangeiros.

“Temos compromisso com a responsabilidade fiscal e com o ajuste [fiscal]”, afirmou. “A inflação está controlada. Concluímos um primeiro ciclo de medidas. É um começo de trabalho que será longo. O próprio comunicado do Copom deixa claro isso”, declarou.

TRAJETÓRIA DA SELIC

A taxa básica de juros seguiu um ciclo contínuo de alta desde março de 2021, quando passou de 2% para 2,75%. Desde agosto de 2022, o índice permanecia estacionado no patamar de 13,75% ao ano.

No comunicado de hoje, o Copom destacou que considerou ser apropriado adotar um ritmo de queda de 0,50 ponto percentual “em função da melhora do quadro inflacionário, reforçando, no entanto, o firme objetivo de manter uma política monetária contracionista para a reancoragem das expectativas e a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante”.