São Paulo, 24/03/2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou hoje que não vê motivos para o governo acelerar os gastos em função das eleições presidenciais de 2026, alertando que uma eventual estratégia nesse sentido poderia gerar problemas futuros.
Haddad criticou medidas adotadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro antes das últimas eleições, como a aprovação de auxílios, incluindo benefícios para taxistas.
“Em 2022, para reverter um quadro eleitoral desfavorável, o governo abriu as burras: auxílio caminhoneiro, auxílio não sei o quê, calote em precatórios, privatização na bacia das almas. Fez um carnaval. E não rendeu voto. Pode até ter rendido alguns votos, mas não o suficiente”, declarou Haddad durante um evento promovido pelo Valor Econômico.
“Acho que, até pelo exemplo de 2022, devemos evitar aventuras”, acrescentou o ministro. “Porque depois você ganha, mas é uma vitória que às vezes não consegue administrar. E, às vezes, você perde e deixa um legado muito ruim para o país.”
As declarações de Haddad ocorrem em meio a preocupações do mercado de que o governo Lula possa adotar medidas heterodoxas e ampliar os gastos diante da perspectiva de uma eleição disputada em 2026, especialmente com pesquisas indicando queda na popularidade do presidente.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)