Por Bruno Andrade
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou Gabriel Galípolo como diretor de política monetária do Banco Central (BC) nesta segunda-feira (08). Além disso, o ministro indicou Ailton de Aquino Santos para a diretoria de fiscalização do banco.
Os nomes devem passar por aprovação no Senado Federal. O BC tem oito diretores no total, além do presidente. Segundo Haddad, os nomes já foram aprovados pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro disse ainda que a primeira pessoa a considerar Galípolo para a função foi o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. A secretaria executiva do Ministério da Fazenda deve ser ocupada por Dario Durigan.
Nomeação de Galípolo desagrada mercado
Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a pasta para qual Galípolo foi indicado envolve todo um cotidiano e instrumentos que exigem uma experiência operacional, que fogem aos atributos do indicado, que é político.
“Avalio que a indicação fica ainda mais sensível quando pensamos que recentemente circulou um boato de que o indicado para a pasta poderia ser o sucessor de RCN na presidência”, disse.
Por fim, Sanchez comenta que, embora Galípolo não tenha peso suficiente para mudar o rumo das votações do Copom, ele pode constranger outros membros.
Galípolo será a primeira indicação política no BC desde a posse de Lula. Por enquanto, sendo minoria, é incapaz de reverter a corrente dos diretores nomeados no governo Jair Bolsonaro. Isso, apenas numericamente. Sanchez lembra o fato de Galípolo ser virtualmente o próximo presidente do BC, e o peso que isso terá em suas posições. “Já se fala em eventual constrangimento de outros membros mediante a presença do futuro novo chefe”, concluiu.